Sindicato Independente dos Médicos apelou ao Governo para acelerar o processo negocial com os sindicatos para mitigar a situação.
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) alertou esta segunda-feira que o problema do fecho de serviços de urgências vai agravar-se até ao final do ano, apelando ao Governo para acelerar o processo negocial com os sindicatos para mitigar a situação.
"O nosso apelo pungente é que o Governo acelere o processo negocial. Estamos totalmente disponíveis, até já apresentámos propostas, agora não podemos estar a fingir que estamos a negociar", disse o secretário-geral do SIM à Lusa sobre os constrangimentos nas urgências hospitalares, principalmente nos serviços de obstetrícia e ginecologia por falta de especialistas para assegurar as escalas.
Questionado sobre se as dificuldades vivenciadas em alguns serviços de urgência se podem agravar no fim de semana prolongado do feriado de 15 de agosto, Jorge Roque da Cunha disse que "não é um problema de feriados".
"Isto não é um problema de feriados, não é um problema de verão, é um problema de outono, é um problema de inverno, porque é uma questão estrutural, que não tem a ver com situações específicas e pontuais, mas com a incapacidade que tem sido demonstrada nos últimos anos para contratar médicos no Serviço Nacional de Saúde", salientou.
Ao saírem mais médicos do que aqueles que entram no SNS "naturalmente, que essa situação se vai agravar até ao final do ano", até porque os médicos durante a pandemia fizeram "muitíssimas horas extraordinárias, não usaram férias, e necessitam de tempo para a sua vida pessoal, para a sua vida mental, porque de outra forma não são bons médicos", alertou.
Segundo Roque da Cunha, a situação nas próximas semanas será "muito semelhante" em termos de urgências obstétricas, com serviços encerrados durante os fins de semana, como, por exemplo, nos hospitais de Braga, Garcia de Orta, em Almada.
"Vamos ter urgências que serão encerradas durante períodos noturnos e temos uma situação que é uma situação altamente preocupante e que resulta desses encerramentos (...) que é uma pressão acrescida junto das outras urgências que estão nos seus limites", advertiu.
Roque da Cunha observou que este problema também se passa nas urgências gerais, apontando vários exemplos.
"Ainda ontem [domingo] tivemos notícia de várias urgências de Setúbal, Torres [Vedras], Caldas [da Rainha] totalmente cheias, sem macas", disse, alertando que não se pode começar a culpabilizar as pessoas que recorrem aos serviços de urgência por motivos que não são de emergência, "porque ninguém vai por gosto, é porque não tem alternativas".
A urgência de ortopedia de Santarém também esteve encerrada no domingo e esta segunda-feira é o Hospital Garcia de Orta que por falta de especialistas não recebe até às 20h00 desta segunda-feira doentes urgentes politraumatizados.
"Portanto, há um conjunto de situações que, não havendo uma solução estrutural, não se consegue ultrapassar. A gravidade disto é que temos um Governo que está há sete anos no poder e que tem uma insensibilidade atroz perante os seus cidadãos. Não garantir serviços de urgência aos seus cidadãos, não garantir um nascimento tranquilo [dos filhos] às suas grávidas é perfeitamente inqualificável", criticou.
Roque da Cunha manifestou-se convicto de que se houver acordo entre as partes no processo negocial é possível travar a saída de médicos e atrair outros, mas lamentou "a lentidão" do Governo nas negociações face à situação que se vive.
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