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Suspensão da vacina da AstraZeneca foi decisão de saúde pública, explica Graça Freitas

Segundo a diretora-geral da Saúde, esta pausa é "facilmente recuperável e não vai impactar significativamente no esforço de vacinação".

18 de março de 2021 às 20:10

A diretora-geral da Saúde afirmou esta quinta-feira que a utilização da vacina da AstraZeneca contra a covid-19, que será retomada segunda-feira, foi suspensa por uma decisão de saúde pública.

"Foi uma decisão de saúde pública. Há uma coisa que se chama o princípio da precaução em saúde pública. Na dúvida, fez-se uma pausa", assegurou Graça Freitas, numa conferência de imprensa conjunta com os responsáveis da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) e da `task force´ que coordena o plano de vacinação.

Segundo a diretora-geral da Saúde, esta pausa da utilização da vacina da AstraZeneca é "facilmente recuperável e não vai impactar significativamente no esforço de vacinação".

"Foi uma decisão tomada por dois organismos técnicos: a DGS e o Infarmed, por princípio da precaução em saúde pública", reiterou.

Graça Freitas garantiu ainda que, após ser feita a avaliação entre os riscos e os benefícios, quando as autoridades decidem que uma vacina tem condições para ser utilizada é porque dá a garantia de que "é segura, eficaz e tem qualidade".

"Se a uma pessoa for oferecida uma vacina, seja qual for a marca, deve aceitá-la. O risco de ter doença grave, internamento e indesejavelmente morte (sem vacinação), é muito superior", disse Graça Freitas.

Questionada sobre a eventual recusa de pessoas em serem vacinadas com o fármaco da AstraZeneca, Graça Freitas considerou que essa é "uma hipótese que as pessoas não deviam colocar", porque isso seria "recusar proteger-se contra uma doença grave".

"O grande apelo que devemos fazer aos portugueses é que ponderem muito bem antes de recusar, porque a alternativa é continuarem vulneráveis e suscetíveis de poderem vir a desenvolver uma doença potencialmente grave ao ponto de ser letal", sublinhou.

A diretora-geral da Saúde avançou ainda que, com a retoma da utilização da vacina da farmacêutica anglo-sueca, serão vacinadas, em paralelo, "duas linhagens": a das pessoas que têm comorbilidades e os docentes e não docentes, porque as "escolas estão a ser o setor que está a desconfinar primeiro".

"Uma coisa não impede a outra e são duas `linhagens´ em paralelo para dois fins diferentes, mas ambos importantes", assegurou.

Graça Freitas falava horas depois de a Agência Europeia do Medicamento (EMA) ter assegurado que a vacina da AstraZeneca contra a covid-19 "é segura e eficaz", não estando também associada aos casos de coágulos sanguíneos detetados, que levaram à suspensão do seu uso.

"O Comité de Avaliação dos Riscos em Farmacovigilância chegou a uma clara conclusão na investigação dos casos de coágulos sanguíneos: esta é uma vacina segura e eficaz", declarou a diretora executiva da EMA, Emer Cooke, falando em videoconferência de imprensa a partir da sede do regulador, em Amesterdão.

A posição da EMA surge depois de nos últimos dias vários países europeus, incluindo Portugal, terem decidido por precaução suspender a administração da vacina da AstraZeneca após relatos de aparecimento de coágulos sanguíneos e da morte de pessoas inoculadas com este fármaco.

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