Método permite averiguar qual o tratamento eficaz para cada doente.
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Para cada complicação que surge relacionada com o tratamento do cancro, a medicina e a ciência procuram insistentemente uma resposta.
No caso do cancro do cólon e reto - responsável em média pela morte de 11 portugueses por dia - está implementado um teste genético capaz de "averiguar se determinado tratamento poderá ser eficaz", auxiliando os especialistas na escolha da técnica mais apropriada para os doentes que já têm metástases. Isto é, casos em cuja doença se disseminou, atingindo outros órgãos.
"O teste do RAS é um teste genético destinado aos doentes com cancro colorretal metastático que está implementado na prática clínica há mais de uma década", explica ao CM Tânia Rodrigues, médica oncologista do Hospital da Luz, em Lisboa.
Este gene RAS "quando se encontra mutado no cancro colorretal, é fator preditor de não resposta a um tipo de tratamento médico" biológico, feito com anticorpos.
Desta forma, o teste permite "identificar os doentes que não beneficiarão de um determinado tratamento". Há benefícios diretos para a forma como o doente é tratado, mas também no seu bem-estar.
"O médico seleciona, de forma personalizada nos doentes com cancro colorretal metastático, um dos possíveis tratamentos, que poderá levar a melhores resultados, evitando efeitos desagradáveis associados aos fármacos", refere a especialista.
Os anticorpos usados nesta técnica aumentaram "a eficácia do tratamento médico combinado com a quimioterapia ou em monoterapia nos doentes", permitindo "em cada vez mais casos melhorar as probabilidades de sobrevivência aos cinco e dez anos", aliando-se também à cirurgia.
"Outros doentes não querem falar"
Francisco Amaro, 68 anos, foi diagnosticado com cancro colorretal em 2012, após um primeiro sintoma ter dado o alerta. "Fui à casa de banho e a sanita ficou cheia de sangue", lembra. Desde então, o reformado foi submetido a várias cirurgias e tratamentos de químio e radioterapia.
Apesar de ter "momentos mais em baixo", recusa desistir. "Agarrei-me à fé e todos os dias agradeço por estar vivo. Até brinco com a minha doença. Vou sabendo de casos de outros doentes, mas nunca querem falar sobre o problema. Fecham-se", diz ao CM
Perda súbita de peso e cólicas são sintomas
Os sinais associados ao cancro do cólon e reto "não são exclusivos, podem aparecer noutras doenças" e, por isso, "o facto de ter um ou mais sintomas não significa que estejamos perante o diagnóstico de cancro colorretal". Mesmo assim, "é muito importante estar atento e consultar o seu médico se tiver sintomas", alerta Tânia Rodrigues, médica oncologista do Hospital da Luz, em Lisboa.
A atenção deve ser redobrada perante sintomas como "diarreia ou prisão de ventre, sensação de que o intestino não ficou totalmente vazio depois de evacuar, presença de sangue nas fezes ou fezes de consistência diferente", afirma a especialista, acrescentando: "Dor ou desconforto por cólicas, sensação de estar inchado ou com gases, súbita perda de peso e enorme cansaço sem razão aparente e náuseas ou vómitos."
"O exame mais adequado para rastreio e diagnóstico é a colonoscopia. Este exame tem um grau de eficácia muito elevado", destaca ainda a médica Tânia Rodrigues.
"Pólipos podem ser removidos"
Tânia Rodrigues - Médica Oncologista Hosp. da Luz, Lisboa
CM - O que é o cancro do cólon e reto?
Tânia Rodrigues – É um tumor maligno, invasivo, que tem origem nas células que formam a camada interna da parede do intestino grosso.
– Como se desenvolve?
– Começa frequentemente num pólipo, que é um crescimento anormal de tecido. Nem todos os pólipos se transformam em cancro. Os pólipos podem ser removidos antes de se tornarem malignos. Se forem identificadas células malignas no pólipo removido, o doente pode ficar curado se as células não invadiram outras camadas do órgão. Quando os pólipos não são removidos, podem disseminar-se.
PORMENORES
Terceira causa de morte
O cancro colorretal é atualmente a terceira causa de morte por doença oncológica em todo o Mundo, com cerca de 1,4 milhões de novos casos por ano.
Incidência em Portugal
A taxa de incidência deste tipo de tumor em Portugal ronda os 30 casos por cada 100 mil habitantes. Afeta tendencialmente mais homens do que mulheres.
Avaliação do estado
Para traçar o plano terapêutico, os médicos têm necessariamente de fazer o estadiamento do cancro. Isto é, avaliar se as células cancerígenas se espalharam pelo organismo, definindo assim o estádio do doente.
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