"Esta é uma má solução para a promoção da mobilidade da cidade da área metropolitana de Lisboa", referem.
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A Comissão de Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa defendeu esta terça-feira que a linha circular, ligando o Rato e o Cais do Sodré, é uma "má solução" para a mobilidade na cidade e apela ao chumbo do projeto.
"Esta é uma má solução para a promoção da mobilidade da cidade da área metropolitana de Lisboa", refere a organização representativa dos trabalhadores do Metro, em comunicado, dizendo ter considerado "múltiplas opiniões de técnicos das mais diversas valências, que manifestam reservas e até forte oposição ao projeto, tendo em conta os custos envolvidos", e apreciações de muitos autarcas.
"Avaliando ainda os riscos para a segurança dos utentes, os graves impactos das obras e sobretudo, a ausência de estudos e medidas que identifiquem e resolvam os problemas que se irão verificar na operação para os trabalhadores e utentes", a Comissão de Trabalhadores do Metro apela a que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) chumbe o projeto.
Está a decorrer até quarta-feira a consulta pública à avaliação de impacte ambiental ao projeto de prolongamento do Metropolitano de Lisboa, entre as estações do Rato (Linha Amarela) e do Cais do Sodré (Linha Verde), incluindo as novas ligações aos viadutos do Campo Grande.
O objetivo é obter uma linha circular a partir do Campo Grande com as linhas Verde e Amarela, passando as restantes linhas a funcionar como radiais - linha Amarela de Odivelas a Telheiras, linha Azul (Reboleira - Santa Apolónia) e linha Vermelha (S. Sebastião - Aeroporto).
A posição dos trabalhadores baseou-se nas conclusões aprovadas por unanimidade num plenário realizado na semana passada e considera que o projeto "não corresponde às necessidades da empresa, da cidade, nem da Área Metropolitana de Lisboa", ao não contribuir para melhorar as acessibilidades das populações, não retirar carros da cidade e degradar o serviço ao concelho de Odivelas e à freguesia do Lumiar (estações de Telheiras, Quinta das Conchas, Lumiar, Ameixoeira e Senhor Roubado).
A Comissão de Trabalhadores refere estudos anteriores elaborados pelos técnicos da empresa e da sua participada FERCONSULT prevendo ligações que "efetivamente serviam os concelhos limítrofes e a população da zona ocidental da cidade e estabeleciam ligações determinantes para a operação, segurança e manutenção (ligação Telheiras-Pontinha) e ligações entre as linhas Verde e Amarela com a Azul".
"A complexidade da obra comporta impactos muito significativos na cidade e na rede atual, por um período de tempo bastante prolongado", alertam ainda os trabalhadores do Metro, apontando o exemplo do Campo Grande e do Cais do Sodré que "serão afetados, condicionados e até previsivelmente desativados, por um período muito longo".
Falam de elevados custos e de "obras muito complexas, em terrenos sobre os quais existem dúvidas" e lembram os "impactos financeiros avultadíssimos" suportados pelo Metro de Lisboa, nomeadamente na Baixa Chiado e extensão até Santa Apolónia.
Sobre o futuro, apontam dúvidas e exemplificam com "a operação da futura estação da Estrela, a uma profundidade equivalente a um prédio de 20 andares, [que] implica graves constrangimentos ao nível da segurança, ao nível da operação regular", mas também no caso de "eventual ocorrência grave com necessidade de evacuação em situação de emergência da própria estação ou dos troços adjacentes".
Faltam estudos comparativos, segundo os trabalhadores que salientam a experiência de Metros congéneres, para referir que "linhas circulares (muito raras) só se concebem em contexto de um grande diâmetro e para possibilitar a ligação de linhas radiais que ligam o centro das cidades a áreas periféricas".
Na segunda-feira, a Comissão de Utentes de Transportes de Lisboa divulgou uma posição semelhante àquela dos trabalhadores, considerando que o projeto é uma opção "errada e vai degradar" a oferta no norte da cidade, ao mesmo tempo que pedia à APA que chumbe esta proposta.
Esta terça-feira, o PSD de Lisboa também se manifestou para exigir a "imediata suspensão do plano de expansão do Metro", afirmando que a construção de uma linha circular "merece fortes reservas de natureza técnica e operacional" e prejudica os utentes.
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