Guerra sem fim entre o Brasil e a rede social 'X' de Elon Musk

Juiz brasileiro ameaça suspender imediatamente a rede social caso esta não acate as suas ordens.

30 de agosto de 2024 às 01:30
Elon Musk detém a rede social X (antigo Twitter)
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É uma guerra sem fim à vista. Depois de várias investidas para pôr na linha o X, rede social do multimilionário Elon Musk, antigo Twitter, o Supre- mo Tribunal Federal (STF) brasileiro ameaçou suspender de imediato a plataforma, no país, caso a rede social não nomeie um “representante legal” que no prazo de 24 horas cumpra as ordens judiciais e pague multas pendentes.

A decisão é assinada pelo juiz do STF Alexandre de Moraes, que encabeçou uma investigação sobre a disseminação de notícias falsas no X e determinou a retirada de centenas de publicações na rede social que questionavam a solidez do sistema eleitoral brasileiro no período que antecedeu as eleições de 2022.

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Na sequência do processo, que já se arrasta há vários meses, o X anunciou no passado dia 17 o encerramento do escritório da empresa no Brasil, após acusar o juiz do STF de ameaçar prender os seus representantes legais (por desobediência) e de aplicar multas avultadas (3300 euros diários), caso estes não cumpram as decisões judiciais.

Estas ordens implicam que o X censure conteúdos e remova perfis de bloggers e personalidades de extrema-direita que, segundo a Polí- cia Federal, passaram a atuar no estrangeiro para contornar decisões proferidas pela Justiça do país.

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O próprio Elon Musk já exigiu a saída do magistrado e apoiou os apelos da extrema-direita brasileira para que fosse instaurado um processo de destituição contra Alexandre de Moraes.

De notar que este juiz lidera uma investigação contra o ex-Presidente do Brasil Jair Bolsonaro (ocupou o cargo entre 2019 e 2022), por suposto envolvimento numa tentativa de golpe, após perder a eleição para o atual Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, o que o tornou alvo frequente de ataques de extrema-direita no Brasil.

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