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Google diz que entregou a Bruxelas plano que evitará desfazer-se de parte do negócio

Bruxelas multou em setembro a gigante tecnológica por ter favorecido os seus próprios serviços de tecnologia publicitária em detrimento dos concorrentes.

14 de novembro de 2025 às 08:23

A Google anunciou esta sexta-feira que propôs um plano a Bruxelas com "mudanças imediatas" no mercado publicitário que evitam desfazer-se de parte do seu negócio, após a multa de 2,95 mil milhões de euros por práticas monopolistas.

A gigante tecnológica tinha até à última segunda-feira para responder às preocupações do Executivo comunitário e um porta-voz da empresa afirmou esta sexta-feira que esta apresentou um plano que "aborda integralmente a decisão da Comissão Europeia sem uma rutura disruptiva que prejudicaria os milhares de editores e anunciantes europeus que utilizam as ferramentas da Google para impulsionar os seus negócios".

Bruxelas multou em setembro a Google por ter favorecido os seus próprios serviços de tecnologia publicitária em detrimento dos concorrentes, abusando da posição dominante no mercado e prejudicando editores, anunciantes e consumidores.

A Google oferece serviços neste setor com duas ferramentas de compra para anunciantes (Google Ads e DV 360), outra para os editores gerirem espaços publicitários (DoubleClick for Publishers ou DFP) e uma plataforma que coloca em contacto ambas as partes do negócio, a AdX.

A investigação de Bruxelas concluiu que, desde "pelo menos" 2014, a Google abusou de posição dominante nestes mercados para favorecer a plataforma AdX nos leilões de anúncios organizados pela DFP, informando-a, por exemplo, do valor da aposta mais elevada feita por um concorrente e que tinha de superar para ganhar um determinado contrato.

De acordo com o porta-voz da Google, a empresa apresentou agora um plano para "pôr fim" a estas práticas, oferecendo aos editores a possibilidade de fixar preços mínimos distintos para diferentes licitações quando utilizam o Google Ads.

A empresa garante que também propôs "mudanças significativas para abordar qualquer possível conflito de interesses", como uma maior interoperabilidade das ferramentas publicitárias "para oferecer aos editores e anunciantes mais opções e flexibilidade".

A Google insistiu que irá recorrer da multa da Comissão Europeia, porque Bruxelas não teve em conta a realidade "altamente competitiva e em rápida evolução" que, na opinião da gigante tecnológica, o mercado publicitário enfrenta atualmente, mas ao mesmo tempo afirmou que "continuará a cooperar" com Bruxelas.

"Estamos empenhados em encontrar uma solução eficaz que proporcione certeza e coerência aos nossos clientes na Europa, nos Estados Unidos e a nível mundial", afirmou o porta-voz.

A justiça dos Estados Unidos também decidiu, em abril passado, que a Google cometeu práticas monopolistas na publicidade 'online'.

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