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IA capaz de criar antibióticos é desenvolvida na Universidade da Pensilvânia

Cientistas descobriram que, em ratos com infeção cutânea, os compostos mais eficazes concebidos com IA apresentaram um desempenho comparável aos antibióticos aprovados pela Food and Drug Administration.

03 de setembro de 2025 às 00:44

Um sistema de inteligência artificial que cria antibióticos novos e elimina bactérias resistentes a medicamentos em ratos foi desenvolvido na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, segundo o artigo publicado esta terça-feira na revista Cell Biomaterials.

A ferramenta de inteligência artificial(IA) generativa, a AMP-Diffusion, analisa vastos grupos de moléculas antimicrobianas sintéticas (substâncias que matam bactérias) e propõe candidatos para novos antibióticos, medicamentos usados para matar ou impedir a multiplicação de bactérias.

Os cientistas descobriram que, em ratos com infeção cutânea (problemas na pele), os compostos mais eficazes concebidos com IA apresentaram um desempenho comparável aos antibióticos aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) e não apresentaram efeitos secundários.

Das 46 principais moléculas candidatas que foram geradas e submetidas a testes experimentais, duas demonstraram ser capazes de reduzir infeções cutâneas resistentes a medicamentos em ratos, com uma eficácia comparável à dos antibióticos clínicos atuais.

Durante a pesquisa, as duas moléculas não apresentaram sinais de toxicidade.

A investigação foi liderada pelo professor espanhol na Universidade da Pensilvânia, César de la Fuente, onde lidera o Grupo de Biologia de Máquinas e pelo professor de bioengenharia e ciência da computação, Pranam Chatterjee.

Os investigadores criaram aproximadamente 50 mil moléculas candidatas com a AMP-Diffusion e selecionaram-nas utilizando filtros baseados em IA.

O professor César de la Fuente disse que o projeto demonstrou que as máquinas podem inventar novos antibióticos a partir do zero, abrindo uma nova fronteira no desenvolvimento de medicamentos.

A ferramenta de IA utiliza a "gramática" aprendida das proteínas para propor sequências biologicamente plausíveis, melhorando a atividade antimicrobiana e outras propriedades relevantes para o desenvolvimento de medicamentos, indicou a Universidade da Pensilvânia em comunicado de imprensa.

"Esta é uma prova de princípio de que a IA generativa pode criar novos antibióticos eficazes", disse o professor Chatterjee.

O professor acrescentou que os resultados "apontam para um caminho para o desenvolvimento rápido de terapias que abordem a crescente ameaça da resistência aos antibióticos".

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