Há quem sinta vergonha, há quem queira resistir e há quem lhe peça para fazer mais do mesmo.
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Um ano depois da eleição de Donald Trump, três oradores norte-americanos na Web Summit fazem balanços distintos da sua atuação: há quem sinta vergonha, há quem queira resistir e há quem lhe peça para fazer mais do mesmo.
Rick Ridgeway é vice-presidente de Assuntos Ambientais da empresa de material desportivo Patagonia. Empresário e ambientalista, Ridgeway resume em poucas palavras a pior decisão num ano de Trump: sair do Acordo de Paris sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa. Mas sublinha que a Patagonia vai dar luta, juntamente com outras empresas.
"Muitas empresas e organizações americanas - incluindo a nossa companhia - juntaram-se numa coligação chamada "We Are Still In" e o que isso quer dizer é que ainda estamos dentro do Acordo", disse à Lusa o empresário, que está pela primeira vez em Lisboa.
Todas as empresas signatárias do compromisso assumem que vão reduzir as emissões de gases com efeito de estufa como se fossem parte do Acordo de Paris, e Rick Ridgeway acredita que esse esforço está a começar "a ganhar escala".
"Este grupo está a trabalhar com outro - chamado "We Mean Business" (que se organiza a partir do Reino Unido) - para que, em conjunto, o nosso país possa cumprir as suas obrigações no quadro do Acordo de Paris. Consequentemente estamos a organizar-nos para que, coletivamente, possamos ignorar Trump", realçou.
Rick Ridgeway acrescentou que a Patagonia, uma multinacional de material desportivo, especializada em escalada e desporto de aventura, está envolvida em outras duas lutas.
Uma delas é enfrentar, incluindo nos tribunais, a decisão de Trump de reduzir as áreas protegidas e os parques naturais nos Estados Unidos.
"Estamos preparados para lutar legalmente, nos tribunais, se chegar a esse ponto. Vamos usar todas as ferramentas que pudermos para resistir à presidência", salientou o empresário, que sublinha o uso da palavra 'resistir' e diz que a empresa está disposta a perder dinheiro para lutar contra as decisões da administração Trump.
A outra luta tem um caráter mais político: "Informar os nossos clientes acerca da extrema importância de, nos próximos ciclos eleitorais, derrotar este movimento que permitiu a Trump aceder ao cargo".
No campo dos críticos de Trump está também uma figura bem conhecida em Portugal, o surfista norte-americano Garreth McNamara, que diz ter muitas dificuldades em descrever o trabalho de Trump, porque prefere não o ouvir. Quando o ouve diz que sente "vergonha" e "estupefação".
"Não tenho televisão, não vejo televisão. Não vou à Internet ler notícias. Só fico a saber sobre o Donald Trump quando estou num evento, numa mesa qualquer e alguém puxa o assunto. Dou o meu melhor para não ouvir, mas de vez em quando ouço algumas coisas", admitiu o surfista à agência Lusa.
"Uma vez vi-o na televisão e ouvi o que ele disse. E fiquei em choque, envergonhado pela forma como falou. Ele estava em Paris [com o Presidente francês, Emmanuel Macron], que falou muito bem. E ele [o Trump] fugiu às perguntas e disse exatamente a mesma coisa três vezes. E eu disse 'este é o nosso presidente?'. Fiquei pasmado e arrasado", recordou.
No outro extremo está Brad Parscale, que foi descrito pelo Washington Post como "o génio que fez com que Trump fosse eleito".
O diretor da estratégia digital da campanha presidencial do multi-milionário nova-iorquino faz um balanço muito diferente de um ano de Donald Trump: não há arrependimento, nem insatisfação pelo não cumprimento das muitas promessas eleitorais.
Trump não cumpriu a promessa de "endireitar" a infraestrutura produtiva dos Estados Unidos? "Ele tem mais três anos para arranjar a infraestrutura", considera Brad Parscale.
"Acho que ele tem feito uma tonelada de coisas. Acho que fez mais coisas do que qualquer outro Presidente dos Estados Unidos que já tivemos em muito tempo. Agora está focado na reforma fiscal e isso é algo que vai pôr mais dinheiro no bolso dos americanos de classe média. É isso que eles querem", sublinhou.
Quanto aos muitos "tweets" que Trump escreve quase todas as manhãs - confundindo aliados e adversários de igual modo - Brad Parscale diz que é outra estratégia a manter e, se possível, aumentar.
"O máximo possível (...) porque as pessoas querem ouvir os seus líderes. Eu estou contente que ele [escreva] 'tweets' e comunique diretamente com as pessoas", concluiu.
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