Regulador lança guia aos media para cobrir incêndios
Em vez de aplicar multas aos órgãos de comunicação em relação à cobertura de 2017, ERC opta por via preventiva.
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) quer voltar a ter uma palavra a dizer sobre a forma como os órgãos de comunicação social cobrem determinados acontecimentos. Desta feita, o regulador dos media pede mais ponderação no recurso a transmissões em direto e na recolha de imagens e declarações de vítimas ou familiares na cobertura de incêndios florestais e outras calamidades.
Ontem, a ERC publicou mesmo um guia de boas práticas para fazer face às "diversas queixas e participações sobre a cobertura jornalística" deste tipo de acontecimentos - em "programas de informação e espaços de opinião na imprensa, rádio, televisão e internet" - que tem recebido "ao longo dos seus 12 anos de existência".
O documento "sublinha o papel dos media no alerta e informação ao público e recorda que as práticas jornalísticas neste tipo de circunstâncias se devem pautar por um tratamento informativo rigoroso e isento, garantindo o cumprimento das normas ético-legais da atividade jornalística e o respeito pelos direitos fundamentais dos visados". A ERC, liderada pelo juiz Sebastião Póvoas, revelou ainda que está "a preparar uma diretiva mais exaustiva sobre estas temáticas". Antes, vai ouvir os vários intervenientes.
Com a publicação do guia de boas práticas, o regulador pretendeu ter uma atitude preventiva, ao invés de aplicar multas a órgãos de comunicação por falhas na cobertura dos incêndios que fustigaram o País em 2017.
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