SIC perde 'renda' milionária da MEO

Corte superior a 10 milhões coloca Balsemão no prejuízo.

29 de julho de 2015 às 08:55
28-07-2015_22_34_08 39 sic.jpg Foto: João Miguel Rodrigues e Bruno Colaço
Partilhar

Os cortes que a nova administração da MEO, controlada pela Altice, quer impor aos fornecedores de conteúdos podem empurrar alguns grupos de media para resultados negativos.

É o caso da Impresa. Ao que o CM apurou, a MEO quer reduzir em 50% os 22 milhões de euros que paga ao grupo de Pinto Balsemão para emitir os seus canais.

Pub

Tendo em conta o lucro obtido pela Impresa no último exercício (2014) – 11 milhões de euros –, um corte deste volume levaria as contas do grupo a resultados nulos. Mas a situação é mais preocupante se analisado o primeiro semestre deste ano. Até junho, a Impresa teve um lucro de apenas 673 mil euros, ainda sem o impacto dos cortes da MEO. Contactada, a administração da Impresa não quis comentar.

Já a Media Capital (dona da TVI), que recebe cerca de 6 milhões da MEO, não acredita que os cortes a vão atingir. "Há vários anos que somos líderes no cabo. A remuneração que recebemos por esta via está abaixo do valor que a nossa audiência justifica. Portanto, não antecipo uma redução. Pelo contrário, somos lideres e devíamos ter a maior fatia de receitas", diz Olívia Mira, administradora financeira da Media Capital, ao CM

Pub

Referência ainda para a RTP, que recebe 10 milhões da MEO.

Direito de resposta de Francisco Pinto Balsemão

O Correio da Manhã publica hoje [quarta-feira, dia 29] uma notícia com o título: "Negócio. Corte superior a 10 milhões coloca Balsemão no prejuízo. SIC perde ‘renda’ milionária da MEO. Cortes impostos pela Altice vão dificultar situação financeira da Impresa."

Pub

Esta notícia não corresponde à verdade e é gravemente lesiva dos interesses da Impresa, a qual, como sabe, está cotada em bolsa e integra o PSI-20.

Em primeiro lugar, é falso que a Meo pague 22 milhões de euros à SIC para exibir os seus canais. A palavra "renda" utilizada, em corpo 64 ou maior, pelo CM no título é, portanto, malevolamente enganadora: as condições acordadas com a Meo para a cedência dos direitos de transmissão da SIC generalista e dos quatro canais temáticos são semelhantes às acordadas com os principais concorrentes da Meo.

Em segundo lugar, o contrato assinado entre a Impresa e a PT está em vigor até 31 de Dezembro de 2015.

Pub

Em terceiro lugar, esse contrato engloba quatro aspetos distintos:

Cedência pela SIC à Meo de direitos de transmissão da emissão da SIC generalista;

Cedência pela SIC à Meo de direitos de transmissão dos canais temáticos SIC Notícias, SIC Mulher, SIC Radical e SIC K (este em exclusivo nacional);

Pub

Publicidade da PT nos meios de comunicação pertencentes à Impresa;

Exclusivo atribuído pela Impresa ao Sapo da venda de publicidade digital em todos os meios de comunicação pertencentes ao grupo Impresa.

Em quarto lugar, esse acordo quadripartido começou recentemente a ser renegociado, com vista ao seu prolongamento para além de 2015. Ainda não existem, portanto, quaisquer conclusões sobre se, como e por quanto tempo será renovado a partir de Janeiro de 2016.

Pub

Em quinto e último lugar, a Impresa não tem que saber como e quando negoceiam os seus concorrentes com a Meo. Mas pode e deve esclarecer que não é possível comparar o que não é comparável, para favorecer uns e prejudicar outros (neste caso, é mais uma vez, para prejudicar a Impresa). Até porque a SIC transmite mais canais que os outros operadores nacionais de televisão na Meo."

Francisco Pinto Balsemão,

Presidente do Conselho de Administração da Impresa

Pub

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar