Polémica com artigo do anestesiologista Pedro Girão leva jornal a fazer pedido de desculpas.
A polémica estalou na quarta-feira, com um artigo de opinião do médico anestesiologista Pedro Girão, publicada na edição digital do jornal Público, na qual o clínico se manifesta contra a vacinação de crianças contra a Covid-19. O artigo viria a ser "despublicado" esta quinta-feira, gerando grande polémica nas redes sociais e acusações de "censura", levando a direção do Público a justificar a decisão com um "erro de controlo editorial".
No artigo, intitulado ‘Uma vacina longe demais’, Pedro Girão considera que, no que diz respeito á vacinação dos mais novos "a ciência médica está a ser ignorada, as regras estão a ser quebradas" e acusa as autoridades nacionais de usarem "argumentos irracionais, emotivos e políticos", criticando os apelos de Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa ou do almirante Gouveia e Melo. "E, convém lembrar, nós não somos soldados; e convém também frisar que recorrer a crianças como soldados não é tolerável", considerou o médico no texto.
Documentos
Artigo Público 2"Não podemos usar os nossos filhos como escudo para a pretensa defesa da saúde dos adultos; e justificar a administração de uma vacina insuficientemente testada para o bem da saúde mental dos adolescentes é, em si mesma, uma ideia que remete para o questionar da saúde mental de quem a defende. (…) Se eu tiver que morrer por causa desse princípio, morrerei tranquilo; mas não submeterei os meus filhos a experiências terapêuticas e a riscos para me salvar", argumenta Pedro Girão no texto apagado do site do Público.
Após eliminar o artigo de opinião, o Público justificou-se com uma nota da direção editorial onde diz que a decisão de despublicar o texto prende-se com "o tom desprimoroso e supérfluo usado pelo autor em relação a várias personalidades da nossa vida pública", assim como pelo teor que o jornal considera que "tende a instigar a ideia de que a vacina contra a Covid-19 é ‘uma experiência terapêutica’ sem validade científica".
"O Público é um jornal que cultiva e estimula a diferença de opiniões que alimenta as sociedades democráticas. Mas há padrões e valores que não podem ser cedidos em nome do pluralismo", considera o Público, explicando o porquê de eliminar o artigo de opinião.
"Por isso errámos ao publicar o texto e por isso agimos com a celeridade possível para corrigir esse erro", termina a nota editorial, pedindo desculpas aos leitores pela publicação e depois despublicação do artigo de opinião, que foi apagado mais de 24 horas depois de estar disponível no site do Público.
Nas redes sociais do médico Pedro Girão contam-se muitas mensagens de apoio e de crítica à atuação do Público: "A censura tem de ser combatida sem piedade", "São estas pessoas dos jornais que trazem sempre na boca a ‘liberdade de expressão’ e "Quando lamentavelmente existe um "lápis azul" numa rede social, o que estará nas redes "dos interesses" que se dizem públicos", são algumas das mensagens que podem ser lidas, com um apelo ao boicote ao Público.
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