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Catalães pressionam Balsemão para vender revistas

Maior financiador da Impresa, BPI quer que grupo saia de áreas que não dão dinheiro.

24 de agosto de 2017 às 09:21

A Impresa, dona da SIC e do jornal ‘Expresso’, vai colocar à venda o seu portefólio de revistas. A medida já foi anunciada pela administração do grupo de Francisco Pinto Balsemão aos diretores das publicações e, ao que o CM apurou, resulta da pressão feita pela nova gestão do BPI - que desde fevereiro é controlado pelos catalães do CaixaBank - para que a Impresa deixe cair as áreas de negócio que se têm revelado pouco rentáveis. O BPI detém uma participação qualificada no capital da Impresa de 3,69% e é o maior financiador do grupo.

Em comunicado, a Impresa confirmou que "procederá a um reposicionamento estratégico da sua atividade", o que "implicará uma redução da sua exposição ao setor das revistas" e a uma maior concentração "nas componentes do audiovisual e do digital". O ‘Expresso’ vai passar a ser o único meio em papel. O grupo recusou prestar mais esclarecimentos. O BPI também não quis comentar.

O CM sabe que já estão em curso conversações com potenciais compradores e que a venda terá de ser feita até ao final do ano. Mas caso a alienação falhe a Impresa vai encerrar os títulos ou passar a publicá-los apenas online. Em causa estão ‘Visão’, ‘Caras’, ‘TV Mais’, ‘Courrier Internacional’, ‘Activa’, ‘Exame’, ‘Blitz’, ‘Jornal de Letras’, ‘Caras Decoração’, ‘Exame Informática’, ‘Telenovelas’, ‘Visão Júnior’ e ‘Visão História’.

Segundo o relatório e contas do grupo, a área de publishing da Impresa fechou o primeiro semestre com custos de 22 milhões de euros, uma quebra de 8,1% face ao mesmo período do ano passado.

As receitas totalizaram 22,3 milhões: o grupo encaixou mais 0,4% em receitas de circulação, para 11,2 milhões, mas as receitas de publicidade caíram 8,9%, para 9,7 milhões, assim como as vendas de produtos alternativos (menos 35,9% para 733 mil euros) e as outras receitas (recuo de 28,9% para 653 mil euros). 

PORMENORES 

Lucros em queda

A Impresa fechou o 1º semestre deste ano com um lucro de 2,8 milhões (menos 22,5% que no período homólogo de 2016). Em julho último, o grupo cancelou uma emissão de dívida.

Negócio com suíços

Em 2008, Balsemão pagou 26,5 milhões para ficar com a totalidade da Edimpresa e da Office Share, donas de várias revistas e do edifício em Paço d’Arcos.

Futuro das publicações

O Sindicato de Jornalistas já pediu uma reunião com a administração. Redação da ‘Visão’ quer "soluções que viabilizem o futuro" da revista.

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