Texto publicado numa 'newsletter' interna critica "gestão pouco transparente e irresponsável".
A Comissão Executiva do Global Media Group (GMG), liderada por João Paulo Fafe, acusou esta terça-feira os outros acionistas de protagonizarem situações "ética e moralmente condenáveis", que contribuíram para a situação atual da empresa de media.
Num texto publicado numa 'newsletter' interna, a que a Lusa teve acesso, os administradores disseram que "ao longo destes pouco mais de três meses, desde que esta Comissão Executiva entrou em funções, raro é o dia" em que não é apanhada "de surpresa por factos e procedimentos que fizeram parte deste grupo ao longo dos últimos anos e que, sem margem para dúvidas, roçam a fronteira daquilo que pode ser considerada uma gestão pouco transparente e irresponsável".
"Em nome da tranquilidade do grupo, optámos ao longo destes tempos por não criar uma situação de desconforto relativamente aos outros acionistas, nomeadamente aos que protagonizaram, enquanto parte interessada, situações que, além de legalmente incompatíveis, foram claramente ética e moralmente condenáveis", acusaram.
A Comissão Executiva do grupo dono do Jornal de Notícias, Diário de Notícias, TSF e O Jogo garantiu que se tem deparado diariamente "com uma situação financeira muito difícil, e que a 'due dilligence' que previamente foi levada a cabo não refletiu de todo".
"A realidade em que de facto vive o Global Media Group, nomeadamente tanto a nível de dívidas a fornecedores como a receitas bem abaixo do que nos era assegurado, e ainda a procedimentos internos verdadeiramente à margem da lei, obrigou-nos a ter de promover um plano de reestruturação que, além da necessária contenção de despesas e da racionalização de meios, implica, por muito que isso nos possa custar, um claro 'emagrecimento' a nível de trabalhadores", lamentou.
O plano, que dizem ter sido "aprovado por todos os acionistas, sem exceção" é "a única forma deste grupo, há anos 'órfão' de uma estratégia e acumulando passivos que têm de ser rapidamente estancados, possa sobreviver", garantiu a Comissão Executiva, salientando que, "não pondo em prática esse plano" se irá "conduzir o Global Media Group para uma morte mais do que anunciada há muito, e que apenas a irresponsabilidade e a recusa em encarar a realidade faz com que muitos não queiram ainda admitir".
Os gestores asseguraram que estão "cientes do impacto que acarreta para todos o atraso no pagamento dos salários de dezembro, bem como a impossibilidade em processar o subsídio de Natal referente a 2023", e que será pago "ao longo do presente ano".
"Não estamos neste grupo com qualquer foco em outra coisa que não a sua viabilização e a sobrevivência das suas marcas, e a nossa postura nada tem que ver com os que no passado, aproveitando-se do vasto património que este grupo possuía, dele se serviu para fazer negócios sem retorno efetivo para o Global Media Group", acusaram, sem mais detalhes.
A gestão esclareceu que o World Opportunity Fund detém 51% de duas empresas, Palavras Civilizadas e Grandes Notícias, "onde os acionistas Marco Galinha e António Mendes Ferreira são detentores dos restantes 49%".
"Por sua vez, estas duas empresas possuem 50,25% da Global Media", assegurou, indicando que "de facto, o WOF tem uma participação indireta em redor de 26,0% no GMG, sendo que, destacou, o capital social do GMG é ainda "detido em 29,35% pelo acionista Kevin Ho, e 20,40% pelo acionista José Pedro Soeiro".
Na semana passada, os acionistas do GMG Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira afirmaram que foi o "manifesto incumprimento" de obrigações pelo World Opportunity Fund que impediu o pagamento de salários aos trabalhadores.
A Comissão Executiva, por sua vez, disse que "apesar da difícil situação financeira em que vive o grupo, os restantes acionistas recusaram-se expressamente, já por duas vezes, fazer qualquer aporte financeiro ao grupo".
OS trabalhadores do GMG marcaram uma greve para o dia 10 de janeiro, em protesto pelos atrasos no pagamento de salários, entre outras reivindicações.
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