Para os portugueses, informação é rigor e verdade, precisamente o compromisso do CM para com os seus leitores. Doa a quem doer.
Para os portugueses, informação é rigor e verdade, precisamente o compromisso do CM para com os seus leitores. Doa a quem doer.
Rigor e verdade são, de longe, as qualidades que os portugueses mais apreciam num órgão de comunicação social. Esta é uma das conclusões que se podem retirar da sondagem da Intercampus para o Correio da Manhã, sobre o interesse e acesso à informação noticiosa. Mesmo o jornalismo de investigação, sempre muito valorizado neste tipo de inquéritos, obtém um valor 4 vezes inferior, na primeira escolha, ao rigor e à verdade, ficando empatado com a independência política ou económica.
Os restantes parâmetros colocados à consideração dos inquiridos sobre o ‘Mais importante num órgão de Comunicação Social?’ são valores completamente residuais, como: ‘Estar próximo da população’, ‘muita variedade de assuntos’ ou mesmo ‘rapidez a dar a informação’. Um dado interessante revelado por esta sondagem está no facto de, para a maioria dos portugueses, a televisão ser, ainda, a principal fonte noticiosa, ainda que a Internet esteja agora a muito curta distância.
A rádio e a imprensa escrita têm, neste contexto em particular, pouca expressão. Já no que diz respeito à credibilidade, a Internet fica claramente no último lugar, tendo a televisão, neste parâmetro, uma posição de destaque esmagadora. Daqui se infere que, sendo a Internet uma fonte noticiosa muito importante é, também, muito pouco credível, subentendendo-se, até, que se torna muito perigosa.
Neste estudo de opinião, tentou-se saber ainda quais os temas ou assuntos que os portugueses mais procuram nos órgãos de comunicação social. As questões sociais são, a par do desporto, as matérias referidas em 1.º lugar como interessantes. No entanto, o desporto cai muito no 2.º lugar, pelo que, no somatório das duas posições, acaba por ficar atrás da economia e em situação de igualdade com a política ou a saúde.
As notícias nacionais são as mais interessantes para os inquiridos, mas podemos dizer que todas as notícias, de uma maneira geral, são interessantes, pois todas obtêm uma média de quase 4 (ou mais) numa escala que vai de 1 a 5. Já quanto ao interesse em alguns tipos de programas no domínio da informação, o jornalismo de investigação é o mais interessante para os inquiridos, chegando quase a uma média de 4. Porém, os outros programas surgem como bem menos interessantes, sobretudo as reportagens de rua e a análise de comentadores que obtêm 3, ou seja, se situam a meio da escala entre 1 e 5.
A sondagem da Intercampus para o CM sobre o interesse e o acesso à informação noticiosa confrontou os inquiridos com algumas frases que se colocam com frequência na abordagem desta temática. Assim, cerca de dois terços dos portugueses consideram que os políticos que ainda estão na política não deviam ser comentadores. A sondagem revela, ainda, o facto de 56,7% dos inquiridos garantirem que não são influenciados pela opinião dos comentadores.
Neste estudo de opinião fica também claro que os políticos não são maltratados pelos jornalistas. Mas há outras respostas que merecem reflexão. Por exemplo, o facto de as notícias serem, de uma maneira geral, sempre sobre coisas negativas e de o jornalismo dar demasiada importância ao Chega. De notar que a frase que diz que ‘a televisão já cansa e o melhor é ver séries’ obtém mais concordância do que discordância. Quanto ao facto de o Estado dever (ou não) apoiar a imprensa escrita, as opiniões divergem: se uma larga maioria entende que o Estado deve apoiar o jornalismo regional, a maioria discorda, ainda que ligeiramente, no apoio aos jornais e revistas. A balança desequilibra por completo quando se fala em ajudas às televisões. Só 27% apoiam.
Por António Salvador, diretor-geral Intercampus
O Barómetro CM-Intercampus teve uma vaga suplementar, em Fevereiro, para comemorar o aniversário do Correio da Manhã. E o que me proponho aqui apresentar, corresponde ao que considero serem as principais conclusões desse interessante inquérito a respeito dos comportamentos e das opiniões acerca do jornalismo e da Comunicação Social em Portugal.
A Internet consegue, nos dias de hoje, igualar a televisão, enquanto fonte noticiosa, no que diz respeito à frequência de utilização. Deixando os restantes meios numa posição muito secundária. No entanto, e quanto à credibilidade, a Internet fica claramente na última posição, tendo a televisão, neste domínio, uma posição de destaque (positivo) esmagador. O que significa que a Internet é vista como perigosa, pois tem muita afluência, mas reduzida credibilidade.
Aliás, e no que diz respeito à credibilidade, podemos dizer que o rigor e a verdade, que subentendem isenção por parte da Comunicação Social, são, de muito longe, as características mais importantes destes órgãos, segundo os consumidores. Porém, as notícias falsas são consideradas muito frequentes, ou seja, mais de 75% dos inquiridos afirmam costumar ler, ouvir ou ler notícias falsas.
A questão da isenção também é muito importante, pois a independência política ou económica é a segunda característica considerada mais importante num órgão de Comunicação Social. Mesmo o jornalismo de investigação, sempre muito valorizado nestes inquéritos, obtém um valor inferior ao da isenção.
A independência política ou económica é a segunda característica
considerada mais importante num órgão de Comunicação Social
Diretor-geral Intercampus
Ora, da análise do inquérito, resulta alguma preocupação por parte dos inquiridos, não só sobre «haver notícias falsas», como também acerca da menor isenção do jornalismo.
Por último, e talvez em ligação com o que acaba de ser dito, observou-se apreensão relativamente à qualidade e «especialidade» dos comentadores. Há um claro cansaço em relação à quantidade de comentadores, que faz com que apenas 13% dos inquiridos admita ser influenciado pela opinião desses comentadores. E este cansaço é preocupante, porque alastra: a frase que diz que a televisão já cansa e o melhor é ver séries obtém mais concordância do que discordância.
Enfim, aqui ficam algumas pistas, deixadas pelos nossos inquiridos, para uma reflexão global sobre a perceção acerca da evolução da Comunicação Social em Portugal.
FICHA TÉCNICA
Objetivo Estudo realizado pela Intercampus para o CM e a CMTV, com o objetivo de conhecer a opinião dos portugueses sobre interesse e acesso à informação noticiosa. Universo População portuguesa, com 18 ou mais anos, eleitoralmente recenseada, %,residente em Portugal continental Amostra É constituída por 638 entrevistas, com a seguinte distribuição: 47,4% a homens e 52,6% a mulheres; 21,4% a pessoas entre os 18 e os 34 anos, 34,4% entre os 35 e os 54 anos e 44,2% a pessoas com 55 ou mais anos; 37,8% no Norte, 23% no Centro, 27,8% em Lisboa, 6,9% no Alentejo e 4,4% no Algarve Seleção da amostra A seleção do lar fez-se através da geração aleatória de números de telefone fixo/móvel. No lar a seleção do respondente foi realizada através do método de quotas de género e idade (3 grupos). Foi elaborada uma matriz de quotas por região (NUTS II), género e idade, com base nos dados do Recenseamento Eleitoral da população portuguesa (31/12/2023) da Direção-Geral da Administração Interna (DGAI) Recolha da informação Através de entrevista telefónica, em total privacidade, através do sistema CATI. Os trabalhos de campo decorreram entre 12 a 20 de fevereiro de 2025. Margem de erro O erro máximo de amostragem, para um intervalo de confiança de 95%, é cerca de +/- 4,4% Taxa de resposta 60,2%
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