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Internet mais perigosa por falta de especialistas em cibersegurança

Portugal forma pouco mais de 150 profissionais na área da cibersegurança por ano.

09 de maio de 2022 às 09:02

O número de profissionais de cibersegurança precisa de aumentar 65% para defender as organizações de forma eficaz nos próximos anos, segundo dados de um relatório do International Information System Security Certort Consortium. Em Portugal, especificamente na área da cibersegurança ou da segurança de informação, existem apenas 20 cursos, segundo o mais recente estudo apresentando pelo observatório do Centro Nacional de Cibersegurança, sobre o ensino nesta matéria.

Para José Tribolet, especialista na área, o número de profissionais especializados, mesmo contando com aqueles que se vão formar nos próximos anos, “é dramaticamente insuficiente”.

“Devíamos estar a formar 1500 a 2000 especialistas em cibersegurança, entre técnicos, engenheiros e quadros superiores”, afirma o professor catedrático jubilado de Sistemas de Informação.

Dos cursos constantes do relatório, elaborado com base em dados do ano 2021, nove são cursos técnicos superiores profissionais, uma licenciatura, nove mestrados e um doutoramento. Neles estavam inscritos 718 estudantes (654 homens e 58 mulheres) e, em 2019/2020, diplomaram-se 152 estudantes (137 homens e 13 mulheres). Recorde-se que, só entre 2020 e 2022, a Polícia Judiciária abriu mais de 20 mil inquéritos sobre cibercrimes a nível nacional.

“Cada vez mais estamos no espaço virtual. Nós, as nossas famílias e as máquinas, as entidades e os organismos que nos suportam, precisamos de um espaço virtual seguro e isso exige profissionais especializados. Faltam pessoas na área da informática em geral e na área da segurança em particular”, diz José Tribolet, considerando que o panorama é “dramático”. “Até porque não há uma estratégia para atacar o problema. Queremos soluções imediatas e isso não existe, sobretudo enquanto não se pensar seriamente no problema”, avisa.

Os hospitais portugueses têm estado a receber emails suspeitos e a registar tentativas de intrusão nos sistemas. Administradores hospitalares defendem ser preciso “uma estratégia nacional”.

Após a invasão da Ucrânia, responsáveis pela segurança interna reconheceram que Portugal é particularmente vulnerável face a um ataque de ‘hackers’ russos.

A nível mundial, 64% das empresas atacadas sofreram perdas significativas.

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