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José Paulo Fafe e Luís Bernardo reagem a acusações da investigação SIC/Expresso

Investigação revela ligações dos clientes da agência Wonderlevel Partners às manchetes do 'Tal & Qual’

03 de maio de 2025 às 01:30

João Paulo Fafe, ex-presidente executivo da Global Media Group e antigo dono do jornal ‘Tal & Qual’, e Luís Bernardo, empresário do ramo da comunicação e ex-assessor de José Sócrates, já reagiram à investigação SIC/Expresso, que os acusa de usar a referida publicação para “campanhas negras” que visavam “ proteger clientes e difamar os seus inimigos”. Ambos têm ligações a Álvaro Sobrinho, que é cliente de Bernardo e nomeou Fafe para CEO da Global, enquanto acionista do World Opportunity Fund (o misterioso fundo estrangeiro que adquiriu o grupo do DN, JN e TSF em 2023 e deu origem a uma grave crise no seio da empresa).

De acordo com a última edição do ‘Expresso’, desde “que o ‘Tal & Qual’ foi relançado, em 2021, José Paulo Fafe terá recebido quase 260 mil euros da principal empresa de Luís Bernardo, a agência de comunicação Wonderlevel Partners (WLP)”. A publicação especifica que “60 mil euros foram pagos diretamente à Parem as Máquinas, empresa detentora do ‘Tal & Qual’, 140 mil à Fernandes Fafe Consultoria e houve ainda 60 mil euros para a Pressco, a empresa com que Fafe se prepara para relançar o jornal ‘24 Horas’”. Verbas que alegadamente serviriam para pagar os favores.

Contactado pelo CM, João Paulo Fafe começou por reiterar, em tom irónico, a veracidade dos artigos publicados no ‘Tal & Qual’: “Percebi algumas coisas: por exemplo, que o grupo Impresa do dr. Balsemão não tem dívidas de milhões, nem tão-pouco está à beira da falência; que a piscina da dra. Ana Gomes que a Câmara Municipal de Sintra mandou demolir, afinal estava legal; que o prof. Marcelo Rebelo de Sousa nunca pediu ao dr. Álvaro Sobrinho que comprasse o semanário ‘Sol’; que Lisboa é uma cidade tão limpa que até os passeios brilham; e finalmente que, para a Impresa, só é seu sócio quem tem mais de 5 por cento do capital, mesmo que seja o terceiro acionista de facto”. Depois aponta o dedo à ação dos visados: “O que eu de facto, isso sim, não percebi foi que, tendo sido o ‘Tal&Qual’ a tal ‘arma de guerra’ que se só servia para perseguir e ameaçar, e que apenas era usado para denegrir e difamar, então porque é que nenhuma das supostas vítimas das tais ‘campanhas negras’ alguma vez desmentiu ou processou o jornal.”

Luís Bernardes, também ouvido pelo CM, declarou: “neste momento não vou tecer qualquer comentário. Farei depois nos locais próprios”.

De acordo com o ‘Expresso’, os serviços - capas e artigos do ‘Tal & Qual’ com histórias comprometedoras assinadas com pseudónimos (ou não assinadas), visaram repetidamente figuras como Ana Gomes (oponente de Mário Ferreira, proprietário da TVI e cliente de Luís Bernardo); Isilda Gomes (que disputou com Luís Carito, outro cliente, a presidência da Câmara de Portimão) ou Ana Figueiredo, CEO da Altice que se recusou a renovar o acordo de publicidade com o ‘Tal & Qual’, bem como Mariana Mortágua, Carlos Moedas ou Marcelo Rebelo de Sousa.   

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