Consultor de comunicação considera "inaceitáveis" as suspeitas levantadas pela deputada bloquista.
O consultor de comunicação Luís Bernardo negou esta terça-feira ser acionista do Global Media Group (GMG) e criticou uma declaração pública da deputada bloquista Joana Mortágua.
Através de uma carta endereçada a Luís Graça, Presidente da Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, o consultor esclareceu a ligação ao GMG. "Não sou acionista nem exerço qualquer função de administrador ou gestor", frisou.
Na quinta-feira, após a audição parlamentar do ex-diretor da TSF Domingos Andrade, o Bloco de Esquerda expressou o desejo de ouvir Luís Bernardo a propósito de alegadas ligações entre o consultor e o administrador do GMG, Paulo Lima de Carvalho. Esta terça-feira, Luís Bernardo salientou os "pressupostos totalmente falsos e caluniosos" advogados pela deputada Joana Mortágua.
"Acontece que o referido administrador [Paulo Lima de Carvalho] foi convidado pelo acionista Marco Galinha num processo de seleção e escolha a que fui totalmente alheio. Este facto, que será certamente testemunhado pelos próprios, por si só, elimina todo o tipo de especulações sobre supostas ligações e segundas intenções invocadas para tentar sustentar a razão da entrada para a GMG", asseverou.
"Apenas e só a empresa de que sou administrador executivo, a WLP foi convidada pela atual Comissão Executiva, no âmbito de uma prestação de serviços de consultoria para apresentar um plano estratégico de futuro para o Grupo num quadro de expansão para novos mercados e oportunidade de projetar as marcas", indicou.
Quanto à posição do Bloco de Esquerda, o consultor criticou as suspeitas "totalmente inaceitáveis" levantadas por Joana Mortágua. A deputada invocou as anteriores funções de Luís Bernardo como assessor de José Sócrates.
"No âmbito do processo Marquês, que envolve o ex-primeiro ministro José Sócrates, nunca fui ouvido, nem sequer como testemunha, pela simples razão de que nada tive a ver com as atividades em apreciação", notou o consultor.
Leia a carta na íntegra:
Deputado Luís Graça,
Estando em trânsito entre viagens e tendo tomado conhecimento através de notícias publicadas em vários órgãos de comunicação social de que teria sido convidado para estar presente na comissão presidida por Vossa Excelência, mas sabendo da impossibilidade de agenda para realizar essa audição face ao término da atual legislatura, considero contudo essencial, desde já, dar o presente esclarecimento que visa provar que os pressupostos invocados para tal solicitação, estão totalmente afastados da realidade e não têm qualquer sentido e fundamento.
Peço ao senhor Presidente que faça distribuir por todos os deputados da Comissão esta missiva, que informo também tornarei pública, em defesa do meu bom nome e reputação, para esclarecer os pontos que considero mais relevantes em que fui citado na referida Comissão e posteriormente numa declaração pública da senhora deputada Joana Mortágua:
1. Não, não sou acionista, nem exerço qualquer função de administrador ou gestor no Global Media Group (GMG), pelo que manifesto a minha perplexidade e estranheza pela forma forçada e artificial com que o meu nome foi referido nessa comissão com base em pressupostos totalmente falsos e caluniosos para tentar sustentar uma ligação ao administrador Paulo Lima de Carvalho.
2. Acontece que o referido administrador foi convidado pelo acionista Marco Galinha num processo de seleção e escolha em que fui totalmente alheio. Este facto, que será certamente testemunhado pelos próprios, por si só, elimina todo o tipo de especulações sobre supostas ligações e segundas intenções invocadas para tentar sustentar a razão da sua entrada para a GMG.
3. Para que fique totalmente claro, apenas e só a empresa de que sou administrador executivo, a WLP foi convidada pela atual Comissão Executiva, no âmbito de uma prestação de serviços de consultoria para apresentar um plano estratégico de futuro para o Grupo num quadro de expansão para novos mercados e oportunidade de projetar as marcas, diferentes multiplataformas e potencial digital da GMG, a exemplo do que a WLP fez noutras entidades com resultados reconhecidos e nomeadamente na área dos media. Trabalho que ainda está em curso, nos prazos solicitados, mas que naturalmente está num impasse perante a situação de todos conhecida.
4. Mais graves, foram as declarações da deputada Joana Mortágua que partindo das funções que exercia enquanto assessor do ex Primeiro-Ministro José Sócrates, qualifica e extrapola suspeitas em termos que considero
totalmente inaceitáveis. Aproveito para esclarecer a senhora deputada, que na minha atividade pessoal como nas atividades profissionais desenvolvidas e em curso, nunca fui suspeito ou acusado em qualquer processo judicial. No âmbito do processo Marquês, que envolve o ex Primeiro-Ministro José Sócrates, nunca fui ouvido, nem sequer como testemunha, pela simples razão de que nada tive a ver com as atividades em apreciação. Pelo contrário, nesse referido processo, o meu nome só surge citado em escutas em que é criticado o facto de eu na altura, apoiar de forma explicita a
liderança de António José Seguro.
A entorse da argumentação é evidente quando em cerca de 15 anos de atividades profissionais ligado ao Governo e trabalhado em Gabinetes com António Guterres, Pedro Silva Pereira e Manuel Maria Carrilho, e também, José Sócrates obviamente, a declaração da deputada se force apenas a referência a José Sócrates, insinuando de forma falsa uma ligação ou proximidade que, há mais de uma década, não existe.
A esse propósito gostaria de realçar que a senhora deputada durante quatro anos, apoiou um governo presidido e constituído por vários ex Ministros, Secretários de Estado e assessores de José Sócrates, como também é exemplo precisamente quem neste momento preside à Assembleia da República e que ainda agora se propõe a estabelecer entendimentos com um eventual futuro governo PS, onde naturalmente poderão estar presentes dezenas ou centenas de quadros que colaboraram diretamente com o ex Primeiro-Ministro, atrás referido. Pelo critério que adotou na sua intervenção e adjetivação, não sei o que pensar. Existindo apenas uma diferença. É que no meu caso concreto não estou envolvido ou acusado em qualquer processo.
Do exposto fica claro a falta de sentido material e formal das alegações políticas que fundaram o convite, persistindo a forte dimensão insultuosa das mesmas que será objeto de ações cíveis e criminais nas instâncias próprias em defesa do meu bom nome e reputação.
Senhor Presidente, na sua pessoa aceite os melhores cumprimentos a todos os deputados, funcionários e jornalistas presentes nos trabalhos da Comissão e os votos de um feliz ano novo,
Luís Bernardo
Lisboa, 8 de janeiro de 2023
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