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MARIA TAVARES: SEM PAPAS NA LÍNGUA

Ao ser seleccionada disseram-lhe que ia actuar de improviso, sem textos. A actriz não se atrapalha e faz rir os telespectadores com as calinadas da sua “Clotilde”.

11 de julho de 2002 às 18:17

Simpática e brejeira, a empregada de limpeza “Clotilde” está sempre a “picar”, embora carinhosamente, Fátima Lopes, no “SIC 10 Horas” na rubrica “Árvore das Patacas”, concurso que dá dinheiro aos telespectadores. “Eu própria empresto um pouco da minha personalidade à ‘Clotilde’. Tenho sempre a resposta na ponta da língua”, confessa a sua intérprete, Maria Tavares.

De facto, a actriz dá muito de si própria à personagem. “Trabalho sem rede”, porque não há necessidade de textos. A ideia é brincar, contar anedotas e ter graça — revela. “Felizmente faço aquilo que quero e da forma que acho melhor para o programa. E deixam-me completamente à vontade”, acrescenta. Maria Tavares foi escolhida para o papel num “casting” para actrizes.

A caracterização da personagem é da autoria da própria intérprete, dentro do perfil que lhe deram, de mulher-a-dias. “Ela é povo”, sublinha. Acrescenta que “Clotilde” dá as suas calinadas no português, metendo pelo meio umas tacadas políticas.

Entretanto, Maria Tavares mantém a sua participação no programa humorístico “Os Malucos do Riso” (SIC). Na telenovela “O Último Beijo” (TVI), onde fazia de “Ivone”, mãe de “Ana Júlia” (Silvie Rocha) e de “Dinis” (Pompeu José), teve uma surpresa. “Duas semanas depois de eu ter entrado no ‘SIC 10 Horas’, disseram-me que a minha personagem na telenovela ia desaparecer. Será que a vão matar?”, questiona.

Maria Tavares estudou Teatro e Ballet no Conservatório Nacional, tendo ainda formação em Educação pela Arte e em História e Literatura. A sua experiência profissional em teatro clássico e de revista, bem como em televisão, é já longa e ao nível dos maiores actores nacionais.

Um sonho que mantém é o de um dia poder criar uma escola de teatro de revista, que não existe e faz falta. “Se o teatro de revista acabar em Portugal, morre um pouco da nossa caracterização cultural”, conclui.

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