A edição de hoje
Peter Arnett, morreu na quinta-feira nos EUA, aos 91 anos. Foi um dos mais respeitados repórteres de todos os tempos e venceu um Pulitzer pela cobertura da guerra do Vietname.
Admirado pelos pares, intrépido umas vezes, polémico noutras tantas, Peter Arnett foi um mestre do jornalismo de guerra, reconhecido por estar, na linha da frente, sempre pronto para entrar nos lugares de onde todos queriam sai. Morreu na madrugada desta quinta-feira , rodeado da família, em Newport, na Califórnia, EUA. Tinha 91 e encontrava-se internado numa unidade de cuidados paliativos onde foi vencido por um cancro da próstata.
Peter Arnett cobriu as guerras do Vietname ao serviço da Associated Press (AP) e do Golfo, no Iraque, nos ecrãs da CNN Internacional, que ajudou a consolidar. Venceu o prémio Pulitzer em 1966 pela cobertura no Vietname, conflito que acompanhou desde 1962 até 1975. A maioria das pessoas conheceu-o, contudo, pelos relatos destemidos feitos a partir do hotel al-Rashid, em Bagdade, no Iraque, para a CNN, único canal a transmitir a guerra em direto. Na segunda Guerra do Golfo, em 2023, voltou a Badgade ao serviço da NBC quando decidiu conceder uma entrevista
a televisão iraquina onde criticou a estratégica norte-americana no conflito que derrubou Saddam Husein. Foi despedido e rotulado de anti-patriota. Arnett nasceu em 1934 em Riverton, na Nova Zelândia, e entrou no jornalismo quase por acaso: "Não tinha uma ideia clara de para onde minha vida me levaria, mas me lembro o primeiro dia em que entrei na redação de um jornal e encontrei a minha pequena mesa. Tive a sensação incrivelmente deliciosa de que havia encontrado meu lugar", disse numa entrevista à AP, em 2006.
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