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Secretário de Bolsonaro demitido por causa de discurso nazi

Membro do governo foi comparado a Goebbels.

18 de janeiro de 2020 às 10:19

O secretário da Cultura do Brasil, Roberto Alvim, foi demitido esta sexta-feira após a onda de indignação e protestos que provocou na quinta-feira ao replicar um discurso feito pelo ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels.

Além de plagiar e usar como seu o discurso de Goebbels, um dos mais célebres nomes do nazismo, para anunciar um programa de incentivo às artes, Alvim usou ainda como música de fundo uma ópera de Wagner, compositor exaltado por Hitler.

A atitude foi considerada pelo setor cultural e por políticos moderados como uma nova provocação de um membro do governo Bolsonaro e gerou vários pedidos de demissão, entre eles do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre. Alvim, considerado um radical de extrema-direita, foi nomeado por Jair Bolsonaro para combater o que o presidente brasileiro chama de viés esquerdista da cultura no país.

No seu discurso, Roberto Alvim afirmou que "a arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações do nosso povo, ou então não será nada".

Décadas antes, Goebbels afirmou, no auge do nazismo, que "a arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada".

Antes da demissão, Alvim disse que as semelhanças no discurso são meras coincidências.

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