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VAMOS AO CONSULTÓRIO

Temas como o ‘stress’, sobre o qual todos falam, mas poucos sabem o que significa, merecem lugar de relevo em “Bem Estar”. Dar respostas simples a questões complexas, ajudando o maior número de espectadores é o objectivo de Carlos Amaral Dias, convidado fixo do programa do Canal Saúde.

19 de dezembro de 2002 às 12:31

Às quintas-feiras o “talk show” “Bem Estar”, do Canal Saúde – espaço de acesso livre do canal codificado TV Saúde – transforma-se num “teleconsultório”, com a presença de Carlos Amaral Dias. Durante cerca de uma hora e meia, o psiquiatra, com o auxílio de um especialista convidado, expõe um tema e responde às perguntas colocadas pelos espectadores, através de uma linha directa. “Este é um programa notável, porque me é possível explicar questões que atravessam o quotidiano psicológico dos portugueses. Alguns espectadores têm dito que é uma oportunidade fantástica, porque podem fazer uma consulta através da televisão, o que, para mim, é muito gratificante”, afirma Carlos Amaral Dias.

Habituado a comunicar com o público, o psiquiatra – responsável, em parceria com Carlos Magno, pelo programa “Freud e Maquiavel” (TSF) e pela coluna semanal “Por Trás do Espelho”, do “Diário de Notícias” – tem facilidade em tornar acessíveis ao público temas complexos do foro psicológico. “Posso ser pretensioso, mas acho que isto é serviço público de televisão”, defende. Por seu turno, Fernando Teófilo, cuja actividade como jornalista conhecemos durante anos na RTP, agora apresentador de “Bem Estar”, sublinha também o carácter de “televisão útil” deste “talk show”.

“Tenho prazer em conversar com as pessoas, ser útil a quem está do outro lado. Além disso, agrada-me chegar ao fim do programa e dizer ‘hoje aprendi mais qualquer coisa’. E se eu aprendi, os espectadores talvez aprendam muito mais”, afirma. A televisão não pode, no entanto, equivaler-se ao consultório de psiquiatria na resolução de problemas. Assim, as doenças mentais não foram, nem serão, debatidas no programa “Bem Estar”, dando primazia a situações do quotidiano, que envolvam uma componente psicológica. Acidentes rodoviários, divórcio, ‘stress’, pedofilia, relações amorosas, alcoolismo e solidão foram alguns dos temas já abordados, à quinta-feira, em “Bem Estar”.

Contribuir para a saúde mental e equilíbrio psicológico dos portugueses, conclui Carlos Amaral Dias, “é um acto de cidadania, informação e esclarecimento, e todos aqueles que têm um saber essencial para a vida das pessoas, e estão disponíveis para ajudar, devem fazê-lo”.

Alternativa Inteligente

Fernando Teófilo e Carlos Amaral Dias defendem a opinião de que programas como “Bem Estar” servem um importante propósito e mereceriam a oportunidade de figurar noutros canais. “Os comunicadores como o Vitorino Nemésio, hoje, se calhar, já não teriam lugar nos canais generalistas”, comenta o psiquiatra. E acrescenta: “O problema é que estamos a criar um universo tendencialmente estúpido, partindo do princípio que temos de explicar tudo, em pouco tempo, de forma a que todos entendam. Criou-se um paradoxo: o chamado comunicador brilhante é aquele que diz, em dois minutos, o que toda a gente sabe. Isto é uma má contribuição para a educação dos portugueses.”

Fernando Teófilo, por seu turno, crê que “actualmente as televisões generalistas não têm hipótese de ter programas como este, onde os convidados e os espectadores são realmente ouvidos”. O apresentador de “Bem Estar” não hesita em afirmar que se sente “privilegiado” por ter oportunidade de conduzir este “talk show”. Para além dos temas da psicologia, este programa, emitido em directo, de segunda a sexta-feira, aborda também questões relacionadas com a adolescência, terceira idade, defesa do consumidor, entre outras.

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