Nas últimas horas, redes sociais têm servido para manifestar indignação e solidariedade.
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A agressão a Adérito Lopes por um grupo de extrema-direita, à porta do teatro A Barraca, em Lisboa, na noite de 10 de junho, tem motivado várias reações de choque e indignação, bem como manifestações de solidariedade para com o ator e a companhia dirigida pela atriz Maria do Céu Guerra.
“Os ‘portuguezes’ que, cobardemente, se juntam em grupos e atacam, são também o resultado de anos de governos a desprezar a Cultura. Anos de governos a desprezar a Educação. E nós a consentir. Lídia Jorge deixou ontem um precioso documento. Reflectir e agir, é preciso. Solidariedade para com a Barraca. Melhoras rápidas do Adérito”, escreveu a atriz e encenadora Isabel Medina, na sua conta no Instagram.
A atriz Luísa Ortigoso expressou igualmente a sua indignação na rede social: "A violência dos cobardes. No dia em que passam 30 anos do homicídio de Alcindo Monteiro. Toda a solidariedade com o Adérito Lopes e A Barraca".
Outra colega, Ângela Pinto escreveu: "Afinal, quem espalha o horror e a insegurança são criaturas de extrema-direita…". A artista acrescentou depois as hashtags: "não passarão"; "fascismo nunca mais"; "paz" e "democracia".
Também no campo político não tardaram as reações. A nova ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes, emitiu um comunicado em que lembra que “a Barraca é um lugar de liberdade, nunca de medo”. Repudiando a agressão “cobarde de que foram alvo os atores da companhia A Barraca”, a tutela manifesta “solidariedade e total apoio para Adérito Lopes, para toda a equipa artística e para Maria do Céu Guerra, cujo papel na cultura portuguesa é inestimável”. “Este ataque é um atentado contra a liberdade de expressão, contra o direito à criação, contra os valores democráticos que nos definem enquanto país. A Cultura não se intimida. Não recua. E não aceita ódio travestido de discurso político”, acrescenta a governante. E remata: “Temos de garantir que artistas, técnicos e público podem participar plenamente na vida cultural, com segurança, respeito e dignidade.”
Na rede social X, o deputado comunista António Filipe lamentou a situação, escrevendo: "Solidariedade total com Adérito Lopes, ator do teatro ‘A Barraca’ agredido por neonazis. É urgente acabar com a impunidade destas associações criminosas (as tais que o Governo apagou do Relatório de Segurança Interna)."
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, também recorreu às redes sociais para assinalar a ocorrência: "Os neofascistas atacam os livros, o teatro e quem faz a cultura. Fazem-no porque acham que podem. O Governo do PSD retirou do relatório de segurança interna a ameaça da extrema-direita. É o maior risco à nossa democracia. Solidariedade com o teatro d’A Barraca. Vamos à luta."
A deputada socialista Isabel Moreira comentou a situação nas redes sociais, marcando a conta oficial do primeiro-ministro e questionado: "Luís Montenegro, quais as prioridades do governo em matéria de política de segurança e de educação? Anunciar mega operações contra imigrantes e desistir da educação para a cidadania como disciplina obrigatória? E acordar?"
"A agressão de que foi alvo o ator Adérito Lopes merece a mais veemente condenação, e uma investigação que castigue os responsáveis. É inaceitável que uma peça seja cancelada por causa de um grupo neofascista. É o resultado de não haver clareza na rejeição do discurso de ódio", escreveu Rui Tavares, porta-voz do Livre.
Recorde-se que, em declarações à RTP 3, Maria do Céu Guerra, de 82 anos, que dirige a companhia de teatro ‘A Barraca’ explicou que na origem do ataque terão estado "motivações políticas". "Eram cerca de 30, começaram por provocar uma atriz, que vinha com uma camisola com uma estrela e com 'headphones' e, portanto, nem ouviu o que diziam (...) De repente, tentaram atacar um dos atores. Depois, chegou o Adérito Lopes, que se vinha preparar, uma hora antes do espetáculo, e foi agredido violentamente", contou. O grupo deixou um papel onde se lia: "Remigração. Portugal aos 'portuguezes'".
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