A edição de hoje
Laura McClure criou um 'deepfake' dela própria para marcar uma posição.
A deputada neozelandesa Laura McClure, de 39 anos, apanhou os colegas de surpresa ao exibir, durante a sua intervenção no Parlamento, uma foto dela nua. O momento inusitado serviu para alertar para os perigos da Inteligência Artificial (IA) e para os 'deepfakes'.
McClure explicou aos vários partidos que levou menos de cinco minutos para colocar a imagem online, depois de uma rápida pesquisa no Google lhe ter dado acesso a centenas de sites onde os usuários podem 'nudificar' imagens e vídeos.
"Para as vítimas é degradante e devastador. Dá-me nojo ter que ficar no Parlamento a segurar uma foto minha, mesmo sabendo que não sou eu de verdade", disse a deputada, que criou o 'deepfake' dela mesma para mostrar os perigos da tecnologia e do que pode ser feito se ela não for regulamentada.
O Reino Unido aprovou uma legislação que prevê até dois anos de prisão para predadores que criam ou partilham 'deepfakes' explícitos de pessoas sem o seu consentimento. Os detalhes da lei da Nova Zelândia que McClure defende ainda não são claros, mas deverá seguir o precedente do Reino Unido.
A Law Association descobriu que 90 a 95% das imagens criadas nestes sites são pornografia não consensual e não há obstáculos que impeçam que essa tecnologia perigosa caia em mãos erradas.
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