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Discriminação e racismo marcam vida de Nininho Vaz Maia. "O mais provável era andar a roubar"

Cantor, oriundo de uma família de etnia cigana, cresceu num bairro social em Lisboa. Está envolvido numa operação da PJ contra o tráfico de droga.

06 de maio de 2025 às 10:35

É conhecido pelo grande público como Nininho Vaz Maia, mas o seu nome é Avelino Abel Vaz Maia. Viveu no bairro da Picheleira, antiga Curraleira, um dos maiores e mais antigos bairros sociais de Lisboa.

A família paterna do artista, de 37 anos, é cigana e o artista nunca negou as suas origens ao crescer no seio da comunidade.

Ao longo dos últimos anos tornou pública a sua luta contra o a discriminação e preconceito O artista chegou a ser impedido de entrar nos espaços públicos, quando era criança, devido à sua etnia. "Víamos pessoas a desfrutar da piscina e não nos deixavam entrar. Víamos outras pessoas lá dentro e não podíamos entrar porque diziam que podíamos fazer porcaria", disse em conversa com Daniel Oliveira, no programa 'Alta Definição' (SIC). 

Nininho assumiu ainda que "lhes era incutida muita raiva" por parte da comunidade, o que levava muitas a "explodir com o sentimento de injustiça". O artista assumiu ainda que cresceu com a ideia de que não gostavam dele e lhe apontavam o dedo por pertencer à comunidade cigana.

No bairro social onde viveu, integrou projetos sociais, com o Sementes a Crescer, que lhe permitiram 'fugir' dos caminhos mais fáceis da vida do bairro, uma vez que deixou a escola aos 16 anos para se dedicar à música. Nininho continua a ir ao bairro onde cresceu, onde reencontra amigos e família. 

“Marcou-me para sempre. Sem o acompanhamento daqueles profissionais, o mais provável era sair da escola e andar pelas ruas a fazer porcaria, a roubar”, disse no podcast Geração 80. “O meu pai estava preso, o pai do meu amigo estava preso e não tínhamos como ir para outro sítio. Não tínhamos ninguém. Até os nossos tios estavam presos. Participar no projeto era a única forma de não passarmos as férias fechados no bairro”, explicou.

Deixou a escola aos 16 anos. Queria ser jogador de futebol, mas foi na música que encontrou um futuro. Em 2014, tornou-se conhecido com um vídeo publicado nas redes sociais, a cantar e tocar guitarra com uma pulseira eletrónica na perna. Estava em casa em prisão domiciliária.

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