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Ex-campeão olímpico Carlos Lopes revela que teve cancro na boca: "Ainda não tenho dentes"

O ex-atleta falou sobre os capítulos mais duros da sua vida, nomeadamente do cancro da mulher.

12 de julho de 2025 às 17:19

Carlos Lopes, figura lendária do atletismo português e campeão olímpico em 1984, nos Estados Unidos, foi o convidado deste sábado, 12 de julho, do programa 'Alta Definição' (SIC), onde protagonizou uma entrevista intimista com Daniel Oliveira.

Durante a conversa, o antigo atleta abordou, pela primeira vez e de forma transparente, um dos momentos mais difíceis da sua vida: o diagnóstico de cancro na boca. "Já passei por tanta coisa... nem da saúde tenho medo", começou por dizer. "Tento sempre encarar os problemas pelo lado positivo. A minha mulher diz que, para mim, nunca há dores, nunca há nada. Como se fosse tudo normal".

Com a serenidade que o caracteriza, o ex-atleta partilhou a forma como enfrentou a doença: "Eu não complico a vida. Nós e muito gente é que a complica. Se a gente enfrentar com a real necessidade de saber sobreviver as coisas cumprem-se todas. Eu quando tive o problema do cancro da boca fui ao médico, mas acha que fiquei muito preocupado? Não fiquei. Se isto está aqui é para tirar, acabou. (...) Para mim a vida é uma festa."

Apesar de ter mantido a calma, Carlos Lopes admitiu que a mulher sofreu muito com o diagnóstico: "Para mim, o cancro não assustou. Nada. Mas assustou muito a minha mulher. Meio ano depois, foi ela que sofreu... teve de tirar um peito. Sofreu muito, mesmo".

Carlos Lopes confessou ainda que, por natureza, evita partilhar os seus problemas: "Eu vivo os meus problemas sozinho, às vezes não comento muito coisa precisamente para não fazer alarme nem coisa nenhuma. (...) Tinha os melhores médicos, os melhores enfermeiros, a melhor assistência, vou ter medo de quê?"

O ex-campeão olímpico revelou ainda que o tratamento foi exigente e incluiu sessões de radioterapia. "Esse processo foi muito duro. Disseram que estava sujeito a ter de comer por um tubo, foi aquilo que eu fiz. Com muito custo, mas ia comendo. As idas ao hospital eram um sacrifício."

Carlos Lopes, embora nunca tenha perdido totalmente a fala, ainda vive com as sequelas: "Não é aquela fala fluente. Às vezes tenho dificuldade em dobrar a língua, porque o céu da boca foi 'todo à vida', ainda não tenho dentes numa das partes de cima... Mas são coisas que uma pessoa tem de saber gerir com paciência", concluiu, com a força de quem encara a vida com a mesma garra com que corria para a vitória.

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