Fadista fala do novo disco, da relação com Jorge Fernando e da filha Maria Inês
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Se havia dúvidas que a Fábia Rebordão é muito mais do que fado, o seu novo disco 'Pontas Soltas' vem revelar uma cantora muito ligada a outras sonoridades!
Sim, este disco tem músicas e compositores que eu ouço desde que me lembro de ser gente. São os meus heróis musicais, tanto do Brasil como de Portugal. Este era um disco que eu já queria fazer há muito tempo, mas achei que fazia todo o sentido agora.
Fausto, Vinícius de Moraes, Sérgio Godinho e Chico Buarque, entre tantos outros. Porquê estas escolhas em concreto? Que significado têm para si?
As escolhas para este disco começaram precisamente por 'Pontas Soltas', um tema que eu escrevi para o Festival da Canção ainda enquanto estava grávida. Foi das últimas coisas que compus, foi onde parei e onde depois recomecei. Por isso deu nome ao disco e acabou também por lhe dar um certo sentido. Muitos destes heróis marcaram a banda sonora da minha vida.
Destes 'heróis' todos de que fala, qual o mais antigo e o mais recente?
Ui! É muito difícil precisar porque todos eles fazem parte das minhas memórias afetivas e de vida desde sempre. Responder a isso é tão difícil quanto dizer com rigor quando comecei a cantar.
E claro que o Jorge Fernando, o seu companheiro e pai da sua filha também não poderia faltar neste disco. Ele está aqui representado com duas canções, mas também foi o produtor do disco. É ele a peça fundamental do seu trabalho?
O Jorge é um visionário. Ele começa a ouvir a minha voz e já antevê as coisas mesmo antes delas estarem concluídas. Isso é fundamental para o processo ter um final feliz.
Mas como é que funciona esta vossa cumplicidade artística?
Nós já nem precisamos de falar muito (risos). É engraçado porque ele diz-me muitas vezes o que eu estou a pensar e vice-versa, sem sequer precisarmos de falar. E tem sido um privilégio poder acompanhar de perto e ver o nascimento de tantas canções incríveis que o Jorge faz. Tenho visto nascer verdadeiras obras de arte. Ele é uma pessoa muito exigente, mas depois também muito doce no trato com toda a gente. Em estúdio, por exemplo, ele tenta sempre tirar o melhor de toda a gente. Ele sabe espicaçar sem melindrar.
E levam muito trabalho para casa, ou conseguem deixá-lo no estúdio?
Sim, claro que acabamos por levar o trabalho para casa. O Jorge está sempre a ouvir a mesma música até achar que está perfeita. Ele chega a ouvir milhares de vezes o mesmo pedaço. Às vezes nota uma pequenina coisa que não é perceptível aos outros, insiste para mudar e só no final é que todos percebemos que aquilo afinal faz sentido.
E ele já passou esse nível de perfeccionismo para a Fábia?
Sim, o que me falta é a bagagem toda que ele tem.
Mas o que é que sente que tem aprendido com ele?
Ui tanta coisa!!! O Jorge ensina-nos muito a valorizarmo-nos enquanto intérpretes. No meu caso ele direciona-me sempre para o sítio certo e consegue extrair o melhor que eu tenho para dar de uma forma muito tranquila. E é assim há 15 anos.
Sabendo-se que a Fábia é da família da Amália Rodrigues, que o Jorge foi guitarrista dela e que era mesmo como filho, acha que estava escrito no destino que vocês haveriam de se cruzar?
É um orgulho para mim saber que o Jorge foi uma pessoa tão importante na vida da Amália. Mas acho que é por isso que o Jorge é muito exigente, porque conviveu com os melhores. Ele conta-me histórias incríveis. Ele era apenas um menino de 20 anos quando conheceu a Amália no Aeroporto rumo a uma digressão de seis meses pelo mundo. Tanto que ele nem sequer viu o primeiro filho durante os seis primeiros meses de vida.
Já que fala nisso, ele já disse que finalmente está agora a dar à filha que vocês têm em comum aquilo que nunca deu aos outros. Como é a relação dela com a vossa música?
Ela adora música. Ela está sempre muito envolvida com tudo aquilo que nós fazemos. Neste disco, ela sabe as canções todas e até já tem a sua preferida. E depois ela está desde sempre habituada a lidar com palcos, microfones, estúdios e artistas. Tudo isto para ela é normal. Aliás, ela é tão destemida e aventureira que se não temos cuidado ela entra-nos pelo palco adentro durante um concerto (risos).
Vê ali apetência para também seguir a música?
Completamente, desde sempre. E ela é já muito boa, quer do ponto de vista melódico, quer rítmico. Quando ela tinha 17 meses eu tive um concerto em Cabo Verde, fomos jantar à Casa da Morna e ela foi para o palco e começou a improvisar dentro do tom. Chegámos a partilhar isso nas redes sociais. Mas claro que ela fará o que ela quiser.
Acredita que estas coisas são genéticas?
Acredito. Eu acho que a Maria Inês é capaz de enveredar pela música, mas ainda é muito precoce dizer isso. Ela pode vir a achar que não encontra afinidades e decidir que não quer fazer disso vida.
Mas se ela seguisse a música seria motivo de orgulho ou preocupação?
Eu acho que a nossa arte é muito bonita, esta coisa de cantar e contar emoções.
Passam 13 anos desde o seu disco de estreia. Há hoje uma fadista muito diferente na Fábia Rebordão?
Muito diferente em tudo, na forma de interpretar, estar, de pensar, de ser e até de falar. Eu tinha 26 anos, agora já estou perto dos 40.
E as coisas correram como esperava ou não tinha grandes expectativas quando começou?
Sim, acho que as coisas correram mais ou menos como esperava. Este meio é difícil, mas eu acho que quando os passos são dados de forma firme e consistente as coisas correm bem.
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