Família tem de suportar todas as despesas. Se o autor confesso do crime aceitar a acusação, dando-se como culpado, os custos caem para menos de metade
A família de Renato Seabra, o autor confesso da morte de Carlos Castro, está a estudar formas de financiamento para a defesa do manequim. Uma delas poderá ser a abertura de uma conta especial de solidariedade, medida sugerida por um grupo de amigos. Nos Estados Unidos, os custos dos processos judiciais são pagos pelos condenados e, ao contrário do que acontece em Portugal, não há apoio judiciário. No nosso País, podem recorrer a esta ajuda todas as pessoas que provem não ter meios económicos para assumir os encargos de uma acusação ou defesa em tribunal.
O processo custará mais de cem mil euros, em advogados e custas, a não ser que o jovem, de 21 anos, aceite a acusação, dando-se como culpado. Neste caso, a despesa cairá para menos de metade, pois a pena é fixada de imediato, evitando-se um julgamento que demorará alguns meses. José Malta, cunhado de Renato Seabra e porta-voz da família, contactado ontem à noite pelo CM, remeteu para mais tarde esclarecimentos sobre o que irão fazer.
Na expectativa sobre os acontecimentos dos próximos dias continuam os amigos e vizinhos em Cantanhede, onde Odília Pereirinha, a mãe de Renato Seabra, ainda não foi vista desde que regressou a Portugal, na madrugada de segunda-feira. A enfermeira, agora com a actividade suspensa, deverá voltar dentro de dias aos EUA para assistir à audiência do filho em tribunal, marcada para 1 de Fevereiro.
A meio da tarde de ontem, Joana Seabra, a médica de 25 anos, irmã do manequim, esteve em casa da mãe, no centro da cidade. Quando saiu, transportava uns sacos de mão e seguiu de carro para destino incerto, embora tudo indique que tenha levado objectos a pedido de Odília Pereirinha. Questionada pelos jornalistas, escusou-se a adiantar pormenores sobre o paradeiro da mãe, ou o seu estado psicológico, bem como do do irmão. "Como é que acham que ela está?!", limitou-se a dizer.
"TEMOS DE CONTINUAR"
Joana Seabra, apesar das dificuldades por que passa a sua família, sorriu aos jornalistas, quando saía ontem, pelas 16h40, de casa da mãe. "Temos de continuar a fazer a nossa vida", disse a jovem médica, escusando-se a adiantar detalhes sobre a defesa do irmão e a situação da mãe. "Quando houver novidades vocês vão saber", adiantou a irmã de Renato Seabra, que não quis comentar a hipótese de a mãe se reformar para poder ajudar o filho.
CINZAS NO METRO SEM PERMISSÃO
Não houve autorização por parte das autoridades do Metropolitano de Nova Iorque para despejar as cinzas de Carlos Castro no respiradouro do metro perto de Times Square.
"Não demos qualquer autorização para que as cinzas fossem despejadas para um respiradouro do metropolitano", explicou fonte da Metropolitan Transport Authority (MTA) ao CM.
Após uma cerimónia fúnebre que decorreu em Newark, as cinzas foram despejadas, no sábado, num respiradouro junto à esquina da rua 43 com a Broadway, tal como desejara Carlos Castro.
O Departamento de Sanidade da Câmara Municipal de Nova Iorque remeteu qualquer tipo de autorização para a MTA. "Não sendo consideradas restos mortais, as cinzas não são reguladas pelo Código de Sanidade", justificou o departamento, acrescentando que a dispersão das cinzas deve responder a meios legais.
Na altura, os familiares e amigos de Carlos Castro garantiram terem obtido autorização para despejar as cinzas no local e "concretizar o desejo" do cronista, escusando-se, no entanto, a divulgar quem deu a permissão. O resto das cinzas, que permanecem na posse das irmãs de Carlos Castro, será transportado para Portugal no próximo dia 25 de Janeiro, depois de serem obtidos os documentos necessários traduzidos.
SEM RISCO PARA SAÚDE PÚBLICA
Duarte Nuno Vieira, presidente do Instituto de Medicina Legal, esclareceu que "o depósito na via pública de cinzas resultado de uma cremação não representa qualquer risco para a saúde". As cinzas, explicou Duarte Nuno Vieira, não são mais do que "o resultado da carbonização total do corpo e da madeira da urna".
FAMÍLIA DECIDE DESTINO FINAL
Em Portugal, o destino das cinzas está legislado no artigo 19º do Decreto-lei 411/98. Estas podem ser "colocadas em cendrário, em sepultura, jazigo, ossário ou columbário, dentro de recipiente apropriado, ou entregues a quem tiver requerido a cremação, sendo livre o seu destino final", dependendo da vontade dos familiares.
APONTAMENTOS
MORTO DIA 7
Carlos Castro foi encontrado morto no Hotel InterContinental Times Square, Nova Iorque, no dia 7. O modelo Renato Seabra confessou à polícia a autoria do crime.
CORPO MUTILADO
Renato Seabra esteve cerca de quatro horas com o corpo de Castro depois de o matar. Com um saca-rolhas, cortou-lhe os testículos e furou-lhe os olhos.
ACABAR COM O VÍRUS
O modelo confessou às autoridades americanas que matou Castro para acabar com o "vírus da homossexualidade".
FUNERAL EM NOVA IORQUE
As cerimónias fúnebres de Castro realizaram-se em Nova Iorque e parte das cinzas foi despejada em Times Square.
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Procuradora fala em morte brutal
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