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Pedro Chagas Freitas indignado com morte de forcado: "Celebram a morte de um miúdo"

O escritor criticou quem culpou Manuel Trindade pela sua morte, após uma violenta pega a um touro.

27 de agosto de 2025 às 16:04

Manuel Trindade, forcado de 22 anos perdeu a vida após enfrentar um touro de quase 700 quilos, na corrida da última sexta-feira, no Campo Pequeno.

O jovem, que pertencia ao Grupo de Forcados Amadores de São Manços não resistiu aos graves ferimentos sofridos e morreu no sábado, no Hospital de São José.

Pelas redes sociais, puderam ler-se centenas de comentários de internautas que eram anti-touradas e que celebravam a vitória do animal perante o forcado. 

Pedro Chagas Freitas revoltou-se contra esta onda de críticas a Manuel Trindade e publicou um texto, visivelmente indignado, com os comentários que lera. "Morreu um rapaz de vinte e dois anos. E há uma multidão de idiotas que, ancorados numa pretensa luta civilizacional, celebram a morte de um miúdo. Abomino touradas. Mas tenho medo dos radicais. (...) O radical não vê pessoas; vê símbolos, caricaturas, bandeiras, possibilidades de combate. Vê um toureiro; não vê um filho. Vê alguém para reforçar a narrativa. Ao fazê-lo, perde o contacto com a experiência humana. Ao rirem-se da morte de um jovem, tornam-se mais bárbaros do que a barbárie que dizem combater", começa por escrever o escritor. 

O autor, de 45 anos, não foi sereno nas palavras e atacou aqueles que se regozijaram com a morte de Manuel Trindade. "Os imbecis que celebram a morte acreditam ser moralmente superiores. Não percebem que moralidade desaparece no instante em que se festeja o fim de alguém. São iguais aos radicais de qualquer seita: justificam tudo em nome da causa. Hoje é a tauromaquia, amanhã é outra coisa qualquer. Desumanizar o outro torna aceitável a sua aniquilação. O perigo maior é esse: aceitar que a morte de alguém pode ser justa só porque não gostamos daquilo que ele representava", afirma.

Por fim, Pedro Chagas Freitas enalteceu o facto de o forcado, apesar de ter morrido, ter salvado a vida a sete pessoas. "O Manuel Trindade, no gesto final, salvou vidas. Sete. Vai ajudar sete pessoas a respirar, a andar, a sorrir, porque ele deixou o corpo para trás. O meu filho está vivo porque outro, tão heróico quanto este, morreu e deixou o fígado dele. É horrível e maravilhoso ao mesmo tempo", sublinhou o escritor. 

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