A edição de hoje
A atriz denuncia incumprimento financeiro e exige justiça para todos os lesados.
A insolvência da agência Glam continua a abalar o meio artístico. Ao que o CM conseguiu apurar, a Glam, liderada por Beatriz Lemos, acumula dívidas superiores a um milhão de euros a várias figuras públicas, entre elas Sofia Ribeiro, que veio a público expor mensagens trocadas com a ex-agente e amiga, que acusa de práticas abusivas.
"Preciso do pagamento da X [censurado]. Eu confiei-vos este trabalho", lê-se numa mensagem enviada a Beatriz Lemos. A resposta recebida é taxativa. "A Glam fechou, está em insolvência, eu só estou a ajudar a gestora a fechar a porta. Faliu, não há dinheiro", diz a empresária, assumindo que o trabalho foi pago pelo cliente à agência, mas esta não pagou aos agenciados.
Nas redes sociais, Sofia Ribeiro partilhou o choque e a dor que sentiu: "Como é possível? Alguém por quem nutrimos carinho, com quem dividimos momentos importantes, em quem confiamos 10 anos, ser capaz de agir com tamanha displicência e leviandade. (...) Foi um choque, uma pessoa que considerava mais que agente, amiga. Foi um choque aceitar que a Beatriz Lemos, por via da sua agência, não teve condescendência alguma, em ficar com valores fruto do meu trabalho e dedicação, sustento da minha família".
Lesada em cerca de 70 mil euros, a atriz explicou que não se ia calar só por "vergonha" de se ver envolvida numa polémica. "Não posso permitir que o nome de uma das que em tempos já foi das melhores agentes de Portugal fique imaculado quando o é tudo menos isso. Não fui eu que desviei valores de trabalho de vários agenciados: dinheiro somado que faria de uma pessoa milionária", afirmou.
Apesar da insolvência da Glam, Beatriz Lemos terá prosseguido a atividade noutra agência, a House of Talents, algo que indignou Sofia Ribeiro: "Só espero de coração que as poucas pessoas que ainda se mantêm ao lado desta 'agente' não venham a sentir na pele e nas contas o tamanho desta injustiça."
Sofia Ribeiro referiu ainda que o caso está entregue à sua advogada e que garante não se calar perante o que considera ser uma grave falta de ética no setor artístico. "Gostaríamos muito de um dia poder vir dizer que se fez justiça, que as responsabilidades foram apuradas e devidamente penalizadas. Não só por mim, mas por todos os lesados", frisou.
Entre os nomes afetados estão ainda Ana Guiomar (313 mil euros), Rui Unas (207 mil), Diana Chaves (219 mil), Sofia Ribeiro (68 mil) e Patrícia Bull (20 mil), além de dívidas a instituições como a Segurança Social (7 mil euros), as Finanças (22 mil euros), o Banco Comercial Português (108 mil euros) e Banco Santander (75 mil euros).
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