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Teresa Guilherme: "Não faz sentido pagar para ver TV"

É no camarim do Teatro Eunice Muñoz que a encontro. Bem-disposta, de gargalhadas em riste. Em vésperas de entrar de novo para a TVI, Teresa (...)

08 de agosto de 2010 às 19:28

É no camarim do Teatro Eunice Muñoz que a encontro. Bem-disposta, de gargalhadas em riste. Em vésperas de entrar de novo para a TVI, Teresa Guilherme mostra-se feliz e garante que está em paz com a vida.

Correio da Manhã - O regresso aos palcos é tua prioridade?

Teresa Guilherme - Fiquei sempre com o bichinho atrás da orelha. Sempre quis fazer teatro, mas nunca tive coragem. Só aos 50 anos é que me passou pela cabeça, com a ajuda da maluca da Rita Salema.

- Como é que o Celso Cleto te convenceu?

- O Celso consegue convencer um santo do que ele quer. Achei querido da parte dele dizer-me: ‘gostava de te convidar mesmo como actriz!'. Disse-lhe logo que sim...

- Foi um desafio?

- O desafio era fazer uma mulher popular. O Guilherme Filipe também é um homem com uma experiência de anos, um excelente actor. Estar com ele no palco é uma grande segurança, foi muito agradável.

- A televisão desgastou-te?

- Não. O que me desgastou foram dois ou três anos a fazer cinco novelas e três séries. Foi uma loucura. Essa fase de produção e depois as alterações que aconteceram na SIC foram desgastantes. E depois de dormir, descansar, ir de férias e viajar, voltei com outra perspectiva. O balanço que faço agora, daqueles últimos anos de ficção, é positivo.

- A RTP, neste momento, é um serviço público?

- O serviço público hoje em dia é uma coisa tão vaga...

- Achas que há um monopólio de produtoras...

- Neste momento não tenho bem a certeza. Agora olha-se para ‘Quem Quer Ser Milionário?', será que isso é serviço público? Há duas coisas extraordinárias na RTP. Uma delas é: para que é que estão lá as novelas da Record? Não faz sentido nenhum. Não serve para nada! E parece-me extraordinário que seja obrigada a pagar uma taxa para ter uma televisão. É muito mau. A RTP tem publicidade e taxas. Se perguntássemos aos portugueses ‘se pagavam para ver TV?'. Não faz sentido.

- Ficaste marcada pela apresentação do ‘Big Brother'. Achas que vai funcionar novamente?

- Acho que eles não compraram o ‘Big Brother'. Foi o ‘Secret Story'. As pessoas têm vontade de ver um programa que viram numa época em que se vivia melhor, acho eu.

- O André Cerqueira convidou-te para a TVI?

- Falou, sim, que queria o meu regresso. E fico muito feliz por isso.

- Vais apresentar o novo formato da TVI?

- Adorava!

-O que mais te chocou no ‘Big Brother'?

- Os portugueses. Algumas expulsões... A da Verónica nunca engoli. Ela ia casar com o Sérgio, como acabou por acontecer. Os programas são o espelho da sociedade.

"TRATA-SE MAL AS PESSOAS NA SIC"

CM - Um bom e um mau director de televisão?

T.G. - Tive a sorte de trabalhar com dois excelentes directores de programas. O Rangel e o Moniz. São dois homens com visão e que marcaram a época. Gosto do Nuno Santos, mas quem manda na SIC é o Luís Marques, de quem não tenho nada de bom a dizer. O André Cerqueira tem hipóteses de mostrar o que vale. E o José Fragoso, no princípio, acho que não tinha nenhuma condição de director, mas aos poucos está a conseguir.

- Porque é que chamaste cangalheiro ao Luís Marques?

- Porque enterra as pessoas. Em vez de as puxar para cima, destrói-as. A Fátima Lopes saiu agora. E porquê? Porque quer mais dinheiro? Não! Porque não a tratam bem. Trata-se muito mal as pessoas na SIC. Ele desautoriza tanto o Alcides Vieira, como o Nuno Santos e isso não é bom. O Dr. Balsemão sempre mandou em toda a gente e nunca andou a desautorizar ninguém. Já na RTP, quem mandava não era o Nuno Santos, eu disse isso e o Nuno ficou lixado.

PRETO NO BRANCO

"NÃO TENHO DIFICULDADE EM ARRANJAR NAMORADO"

Porque acabou o casamento com o Henrique?

Estávamos muito esgotados os dois, muito cansados, foi cansaço um do outro.

Descobriste algo de que não gostaste?

Não. Aliás, falamos horas ao telefone. Encontramo-nos, divertimo-nos imenso e torcemos um pelo outro. Achei que não ia ser uma boa influência para ele naquela altura. Ainda reconsiderámos, mas estamos bem assim.

Vais ficar para tia?

Não posso, não tenho irmãos. Não tenho nenhuma dificuldade em arranjar namorado.

Continuas a guiar-te pelo oculto?

Continuo acreditar na Astrologia, que Deus está próximo de nós, a mandar muitos sinais. Descobri que somos muito responsáveis por aquilo que fazemos e por tudo o que dizemos e que estamos cá para nos ajudarmos uns aos outros.

PERFIL

Teresa Guilherme nasceu em Lisboa no dia 27 de Junho de 1955. Filha da fadista Lídia Ribeiro - viúva de Tony de Matos - trabalha, nos anos 80, como promotora de uma empresa discográfica. Como apresentadora, ingressa na RTP e é na década de 90, já na SIC, que produz sucessos como ‘Ai os Homens'. Mas é em 2000, quando passa para a TVI, que atinge a popularidade com ‘Big Brother', que produz e apresenta. Divorciada, tem também participado em peças como actriz.

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