Com mais de dois mil prémios ganhos, a Casa Ermelinda Freitas é uma das adegas mais internacionais do País. Joana Freitas representa a quinta geração de mulheres ao comando
17 de dezembro de 2023 às 09:12É por um caminho rural ladeado de vinhas, nas terras de Fernando Pó, Península de Setúbal, que se chega à imponente Casa Ermelinda Freitas. A marca de vinhos com o nome da fundadora é das mais internacionais do País e já conquistou mais de dois mil prémios nacionais e internacionais desde 1999.
A internacionalização da adega teve a assinatura de Leonor Freitas, 70 anos, o rosto mais mediático da empresa. O legado está agora a passá-lo a Joana Freitas, sua filha e bisneta de Ermelinda, que representa a quinta geração de mulheres ao comando deste império de vinhos, algo raro em Portugal e neste setor.
"Os meus antepassados são muito fortes e deram-me isso, a minha mãe é uma pessoa fantástica. Desde pequenina que quis estar no meio das vinhas, fiz todo o meu percurso a querer ir para a adega. Já está enraizado em nós. Eu tenho um irmão que é informático e que também trabalha connosco", conta Joana Freitas.
Uma característica comum às mulheres da Casa Ermelinda Freitas é a vontade de arriscar para obter novos produtos. Como explica Joana Freitas, a expansão na produção vai de Fernando Pó até ao Minho e ao Douro. "Já estamos com mais alguns produtos diferentes, saímos da zona de Setúbal, que é o nosso berço e onde queremos continuar a estar muito fortes, e passámos também para os vinhos verdes com a aquisição da Quinta do Minho, na Póvoa de Lanhoso."
O sonho do Douro
Como já estavam a aventurar-se nos verdes, aproveitaram para realizar também o "sonho" de Leonor Freitas de produzir vinhos do Douro, essa "região muito especial". "Acabámos por comprar uma quinta na zona de Foz Coa, a Quinta de Canivães, que ainda não está a produzir o vinho mas onde já temos azeite", referiu Joana.
A produção do azeite na Quinta de Canivães "acabou por acontecer porque a quinta tem quatro hectares de olivais". Mais uma vez, vingou o espírito empreendedor de Leonor e de Joana. "Estamos a descobrir agora este mundo do azeite que achamos muito interessante. A quinta dá-nos um azeite fantástico, um virgem extra de que estamos a gostar muito", adiantou Joana Freitas.
A nível internacional, a Casa Ermelinda Freitas fez a sua epopeia pela Europa, mas também América, África e Ásia. A empresa exporta para mais de 40 mercados a nível global, sendo os principais a Inglaterra, os Estados Unidos, a Holanda, o Luxemburgo, a Polónia e o Brasil. Estes países representam mais de 75% do volume de exportações.
A responsabilidade pelos êxitos é de uma equipa motivada e altamente profissional, como elogiou Joana. "Tem sido uma conquista através da nossa excelente equipa. Temos um comercial de exportação que anda sempre lá fora a conquistar o mundo. E depois a equipa de enologia, o Jaime Quendera e toda a nossa equipa de produção. Consegue-se corresponder ao gosto dos nossos consumidores lá fora."
A recompensa "são os próprios prémios e o facto de os consumidores gostarem tanto dos nossos vinhos".
Joana Isabel de Freitas Campos, filha de Leonor Freitas e Arménio Campos é a 5º Geração da Casa Ermelinda Freitas. Formada em gestão e mais tarde tirou ainda uma pós-graduação em enologia e marketing. Conheceu as suas gerações anteriores, a avó Ermelinda Freitas e a bisavó Germana, de onde provem todo o amor que sente pela terra, pela empresa e pela região. A sua ajuda foi importante na criação e desenvolvimento das marcas muito conhecidas do público como Dona Ermelinda, Terras do Pó, Quinta da Mimosa, entre outras. Esteve sempre muito presente em tudo nas negociações com clientes, nos trabalhos de engarrafamento e decisões de futuro da empresa.