MP considerou não existirem indícios suficientes para uma acusação, segundo o despacho final divulgado.
O Ministério Público (MP) arquivou o inquérito contra a mulher que, em outubro, abandonou o filho junto aos Bombeiros Sapadores de Leiria, considerando não existirem indícios suficientes para uma acusação, segundo o despacho final esta segunda-feira consultado pela agência Lusa.
"(...) Considera o Ministério Público que não existem indícios suficientes que lhe permitam deduzir e sustentar em juízo uma acusação contra a arguida pela prática dos factos investigados, pelo que (...) se determina o arquivamento dos autos", lê-se no despacho final, de 23 de outubro.
O caso remonta à madrugada de 20 de outubro, quando um recém-nascido foi deixado, dentro de um saco de compras, junto do quartel dos Sapadores de Leiria.
O bebé foi encontrado pelas 03:57 e transportado para o Hospital de Santo André, em Leiria, informou então o comandante dos Bombeiros Sapadores de Leiria, José Rito.
A criança chegou bem ao hospital, "ainda com cordão umbilical" e, além da "roupa e mantinha", tinha "um saco térmico, biberão e leite", adiantou a Unidade Local de Saúde da Região de Leiria.
Fonte oficial do Comando Distrital de Leiria esclareceu que a Polícia de Segurança Pública (PSP) foi informada da situação pelas 05:30 através dos bombeiros e que em causa estaria um alegado crime de exposição ou abandono.
Ainda no mesmo dia, a mãe, de 27 anos, foi localizada e constituída arguida pela PSP.
O despacho de arquivamento do MP referiu que na manhã de dia 20 a PSP foi contactada telefonicamente por uma pessoa que deu nota de que numa determinada habitação, na cidade de Leiria, poderia estar a residir a mãe do bebé.
No local, à PSP, a mulher assumiu de imediato ser a mãe e informou que o parto ocorreu na madrugada do dia anterior no quarto onde residia há dez dias.
Após ser constituída arguida e interrogada, a mulher foi transportada para o hospital, para observação médica.
De acordo com o relatado à PSP, a mulher, com experiência profissional na área da enfermagem, disse que na madrugada do dia 20 a criança chorou e perante a possibilidade de estar a incomodar a senhoria (que não queria crianças na casa) e outros residentes, saiu com o bebé.
Depois, pensou na sua situação pessoal (estava sozinha em Portugal) e familiar (que definiu como conservadora, além de possível repulsa, dado ser uma gravidez resultante de um relacionamento fugaz) e, face ao pânico crescente, decidiu deixar o filho num local onde pudesse ser encontrado rapidamente e ser socorrido.
Para o MP, não obstante o recém-nascido ter sido colocado, pela mãe, junto a uma janela do quartel dos bombeiros, "o certo é que nada consta dos autos" que permita concluir que aquele "tenha sofrido perigo de vida", pois foi localizado "cerca de trinta minutos após aquele momento" dentro de um saco de compras, "embrulhado numa manta branca, um casaco polar preto e vestido com um 'body' grande azul".
Segundo o despacho de arquivamento do MP, a arguida "cuidou de deixar o seu filho protegido do frio e em local onde facilmente seria encontrado, como foi, sem que sofresse qualquer dano ou sequer que tenha estado em perigo a sua vida ou integridade física, sendo, aliás, essa a intenção assumida" por aquela.
No Tribunal de Família e Menores de Leiria decorre o processo de promoção e proteção da criança, para decidir o seu futuro.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.