Primeiro-ministro diz que histórico socialista é uma voz "politicamente indomável", porque "poeticamente livre".
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O primeiro-ministro, António Costa, considerou esta sexta-feira que, entre as obras de Luís de Camões e Manuel Alegre, há uma "comunhão que atravessa séculos" e destacou o histórico socialista como uma voz "politicamente indomável", porque "poeticamente livre".
António Costa discursava no Palácio Nacional da Ajuda, antes de entregar juntamente com o embaixador do Brasil em Portugal, Luís Alberto Figueiredo Machado, o Prémio Camões 2017 ao poeta e ex-candidato presidencial Manuel Alegre, numa cerimónia em que estiveram presentes o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, e o ensaísta Eduardo Lourenço, entre outras figuras.
António Costa sustentou no seu discurso que estava "predestinada" a entrega do Prémio Camões a Manuel Alegre.
"Na obra de Manuel Alegre, os grandes temas e motivos camonianos - a Pátria, o mar, a história, o amor, a saudade, a liberdade - são retomados, cantados e transfigurados pela sua aventurosa experiência pessoal e pela sua visão de homem do nosso tempo. Há, entre a obra de Luís de Camões e a obra de Manuel Alegre, uma comunhão que atravessa os séculos e os seus acontecimentos, porque as suas obras são um diálogo connosco mesmo, com o nosso passado e com o nosso futuro, com a nossa memória e com a nossa esperança", defendeu o líder do executivo.
O primeiro-ministro foi ainda mais longe nas analogias entre os dois poetas: "Ler Camões é correr o mundo e é voltar a casa depois de se ter corrido o mundo, é reencontrar a voz com que dizemos o nosso nome".
"É de Portugal que a obra de Camões e a obra de Alegre falam. Falam dessa Pátria de que tantas vezes se queixam para melhor a poderem amar", disse.
No seu discurso, António Costa referiu-se também ao seu "camarada" Manuel Alegre no plano político, partilhando a tese do poeta sobre a existência de uma "unidade da vida e da obra".
"E, assim, foi militante e poeta. Manuel Alegre é uma voz politicamente indomável, porque é uma voz poeticamente livre", apontou António Costa.
Para o primeiro-ministro, "a vasta obra de Manuel Alegre - poesia, ficção, ensaio, crónica, discursos - é irredutível a uma só das suas dimensões, por mais poderosa que seja, pois vive de uma variedade de inspirações e de motes".
"Obra de coragem e de convicção, poesia de combate e de resistência, é o com certeza. Poesia de combate pela liberdade e pela libertação, poesia de resistência à opressão e ao despotismo", caracterizou o líder do executivo.
António Costa elogiou ainda o ex-candidato presidencial de 2006 e 2011 nos planos da resistência à ditadura e da luta pela liberdade, dizendo que o autor de 'Praça da Canção' "fez da língua, da sua música e da sua magia, um canto amargo de protesto e um canto exaltante de amor à liberdade".
"Para além e para aquém da resistência política que nesta obra se afirma, ela é, no entanto, antes e depois disso, uma obra de resistência poética. Daí a sua vibração, a sua veemência, a sua validade. Com os seus poemas e a voz que deles nasce, Alegre desafiou poderes, denunciou crimes, comunicou esperanças, deu notícias de júbilo e de tristeza, levantou ânimos, exaltou e empolgou multidões, unidas ou dispersas", considerou António Costa.
Após destacar a "valentia, a dignidade e ousadia" do histórico socialista, o primeiro-ministro definiu Alegre como um poeta da liberdade e um homem livre".
"Nisso, não há nele contradições, ambiguidades ou conflitos. É em nome da liberdade que fala, que escreve e que age. É em nome da liberdade que diz, que continua a dizer sim e não", referiu António Costa, antes de introduzir uma nota de improviso que provocou sorrisos na sala:
"Mais vezes diz não do que sim", observou.
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