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Demite-se primeiro membro da administração Trump após invasão ao Capitólio

Saída do Governo da secretária dos Transportes vem confirmar as tensões desencadeadas no seio do gabinete presidencial.

07 de janeiro de 2021 às 19:55

A secretária dos Transportes dos Estados Unidos, Elaine Chao, anunciou hoje a demissão do cargo após a invasão, quarta-feira, do Capitólio por apoiantes do Presidente cessante norte-americano, Donald Trump, sendo a primeira a abandonar o executivo.

Chao, casada com o líder da maioria republicana do Senado, Mitch McConnel, é o primeiro membro do gabinete presidencial a demitir-se, o que acontece a apenas duas semanas do final do mandato de Trump após a conturbada invasão do Capitólio na quarta-feira, em Washington, que provocou quatro mortos.

"Ontem [quarta-feira], o nosso país sofreu um ato traumático e totalmente evitável, quando apoiantes do Presidente Trump irromperam no edifício do Capitólio num motim que encabeçou", afirmou Chao, num comunicado, em que se manifestou também "profundamente preocupada" com a situação.

A saída do Governo da secretária dos Transportes vem confirmar as tensões desencadeadas no seio do gabinete presidencial pela recusa de Trump em condenar a invasão do Capitólio.

A imprensa norte-americana tem reportado que são vários os altos funcionários da Administração Trump que pensam também renunciar, apontando o caso do assessor da Segurança Nacional, Robert O'Brien.

Quarta-feira foi conhecida a demissão de Stephanie Grisham, ex-diretora de Comunicações da Casa Branca e atual secretária para a imprensa e chefe de gabinete da primeira-dama, Melanie Trump, também devido aos distúrbios de quarta-feira.

No mesmo dia, imediatamente após as violências, o conselheiro adjunto para a segurança nacional Matt Pottinger demitiu-se.

Já hoje também renunciaram aos cargos a vice-porta-voz da Casa Branca, Sarah Mathews, e a chefe dos Eventos Sociais, Anna Cristina Niceta, que também está subordinada à primeira-dama.

Ainda hoje, o antigo chefe de gabinete de Donald Trump, Mick Mulvaney, anunciou que vai demitir-se do seu atual cargo de diplomata em protesto contra a invasão do Capitólio por apoiantes do Presidente cessante.

"Não posso ficar, não depois de ontem. Não podemos ver o que aconteceu ontem e querermos fazer parte disso de alguma forma", declarou à emissora CNBC.

Mick Mulvaney que deixou o posto de chefe de gabinete para ser nomeado emissário dos Estados Unidos na Irlanda do Norte, disse ter informado o secretário de Estado, Mike Pompeo, da demissão.

"Não posso. Não posso ficar", insistiu na CNBC, confirmando que há mais elementos da administração Trump estavam a pensar deixar os seus cargos.

"Os que escolhem ficar e falei com alguns fazem-no porque temem que o Presidente nomeie alguém pior" para os substituir, disse ainda.

Uma multidão de partidários de Trump invadiu na quarta-feira o Capitólio, onde funciona o parlamento norte-americano após ter sido encorajada pelo próprio Presidente cessante a pressionar os parlamentares, reunidos para certificar oficialmente a vitória de Joe Biden nas presidenciais.

Os senadores e os membros da Câmara dos Representantes tiveram de interromper os trabalhos durante várias horas e abandonar o Congresso.

Pelo menos quatro pessoas morreram na invasão do Capitólio, anunciou a polícia, que deu conta de que tanto as forças de segurança, como os apoiantes de Trump utilizaram substâncias químicas durante a ocupação do edifício.

Já hoje o Congresso dos Estados Unidos ratificou a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro, na última etapa antes de ser empossado em 20 de janeiro.

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