Encontro previsto para este domingo visa discutir os próximos passos após a tentativa de golpe de Estado no país.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reúne-se este domingo para debater os próximos passos no seguimento do golpe de Estado na Guiné-Bissau, num contexto de agravamento da insegurança nesta região africana.
"Foi definido um prazo de um ano para a transição, mas obviamente isso será submetido à conferencia de chefes de Estado e do governo, no dia 14 de dezembro, e em função dessa decisão nós saberemos como fazer e como proceder", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, João Bernardo Vieira, numa resposta a uma pergunta dos jornalistas no princípio deste mês, no final de um encontro com o seu homólogo, Timothy Mussa Kabba, da Serra Leoa, país que preside à organização.
O diplomata guineense indicou que o governo de transição e a CEDEAO vão continuar a trabalhar juntos e que os próximos passos dependerão da cimeira da CEDEAO, agendada para este domingo.
O novo ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau disse ainda, a 1 de dezembro, que, do encontro, "ficou muito claro que a CEDEAO não irá abandonar a Guiné-Bissau neste momento muito difícil" e que irão continuar a trabalhar em conjunto na procura de "uma solução o mais rapidamente possível para a restauração da ordem constitucional".
Nesse encontro em Bissau, o chefe da diplomacia da Serra Leoa reiterou o empenho conjunto na procura de um "acordo para fazer regressar o país à ordem constitucional, ao desenvolvimento e segurança e estabilidade da população da Guiné-Bissau".
A Guiné-Bissau está suspensa da CEDEAO, assim como de outra organização regional, a União Africana, consequência do golpe de Estado em 26 de novembro, quando um Alto Comando Militar tomou o poder, destituiu o Presidente, Umaro Sissoco Embaló, que deixou o país, e suspendeu o processo eleitoral.
As eleições gerais, presidenciais e legislativas, tinham decorrido sem incidentes em 23 de novembro e, um dia depois, o candidato da oposição, apoiado pelo histórico partido PAIGC, excluído das eleições, Fernando Dias, reclamou vitória na primeira volta sobre Embaló.
Na véspera da divulgação dos resultados oficiais, um tiroteio em Bissau antecedeu a tomada do poder pelo Alto Comando Militar que nomeou Presidente de transição o general Horta Inta-A.
O general Horta Inta-A anunciou que o período de transição terá a duração máxima de um ano e nomeou como primeiro-ministro e ministro das Finanças Ilídio Vieira Té, antigo ministro de Embaló.
O governo de transição inclui nomes do executivo deposto e cinco militares entre os 23 ministros e cinco secretários de Estado.
No golpe, o líder do PAIGC, Simões Pereira, foi detido e a tomada de poder pelos militares tem sido denunciada pela oposição como uma manobra para impedir a divulgação dos resultados eleitorais.
Na semana passada, o presidente da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO, na sigla em inglês), Omar Touray, disse que tem havido uma "erosão crescente da inclusividade eleitoral em vários Estados", lembrando o caso do Benim, onde um grupo de soldados apareceu na televisão estatal para anunciar a dissolução do governo, numa tentativa de golpe que falhou.
"Os acontecimentos das últimas semanas demonstram a necessidade imperativa de uma reflexão séria sobre o futuro da nossa democracia e a urgência de investir na segurança da nossa comunidade", disse Touray. "Perante esta situação, é seguro declarar que a nossa comunidade se encontra em estado de emergência", concluiu.
A CEDEAO é uma organização regional que inclui Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Costa do Marfim, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.
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