São espaços que marcam as cidades onde estão inseridos. Souberam adaptar-se sem perder um cunho tradicional.
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Casas de culto que marcam as cidades souberam adaptar-se sem perder a magia de outros tempos. De chapelarias a mercearias, há de tudo um pouco.
O palpitar de uma cidade também se sente pelas suas lojas e pela forma como se rejuvenescem. Um passado respeitado
a pensar no futuro.
Sapatos de confiança
Com 84 anos, Marcelino Rodrigues sabe que os seus clientes, na Casa Raminhos, em Silves, confiam na qualidade dos seus sapatos, todos fabricados em Portugal. A histórica loja localizada no centro da cidade algarvia tem as portas abertas desde 1948.
Começou com o cunhado António Guerreiro e em 1968 Marcelino Rodrigues entrou no negócio, em sociedade.
Além de sapataria, a história da Casa Raminhos começou também com a venda de chapéus, camisas, tecido a metro, malhas ou roupas interiores.
Nos dias de maior agitação chegou a ter oito funcionários. Hoje, os clientes são menos mas Marcelino faz questão de continuar a abrir a loja todos os dias.
"Tenho muitos clientes estrangeiros que voltam todos os anos para comprar modelos iguais", recordou o comerciante da cidade de Silves.
Um dos sapatos mais procurados são os Camport. Os livros dos fiados, desde 1962, são pérolas que ainda continuam intactos.
Cartucho de café moído na hora
Tem as portas abertas há noventa anos, na rua do Castelo, paredes meias com a Igreja dos Terceiros, no Centro Histórico de Braga.
A Torrefação Bracarense é uma mercearia antiga que marca a história comercial da cidade no último século pela qualidade do café. Os clientes compram um pouco de tudo, dos vinhos ao bacalhau, mas nunca deixam de levar "um cartucho de café moído na hora".
"O aparecimento dos hipermercados causou alguma quebra, mas em pouco tempo os clientes voltaram", diz Susana Rocha, que atende ao balcão.
Uma história feita de muitos chapéus
Uma das mais antigas casas de lisboa e a primeira chapelaria a abrir em Portugal, a Azevedo Rua, no Rossio, começou, na verdade, nos socalcos do Douro, ali onde Manuel Aquino de Azevedo Rua, então produtor de vinho do Porto, assistiu ao avanço da praga da filoxera, que arruinou as suas vinhas.
Com o dinheiro que o seu tio padre lhe emprestou, debandou para Lisboa, onde abriu a chapelaria. Estávamos em 1886, assim nasceu a Chapelaria Azevedo Rua na praça D. Pedro IV, no passado também conhecida por praça dos Chapeleiros.
A loja ditou a moda durante décadas e em 1988 o neto e o bisneto do fundador restauraram o espaço, apostaram na vertente feminina e alargaram o negócio através de contactos com fornecedores de vários países.
Na atualidade, a chapelaria oferece um misto de modelos clássicos e contemporâneos num espaço marcado pelo mobiliário em madeira que transpira história.
A ‘ementa’ é extensa, dos coloridos bonés de gomos aos clássicos chapéus de Panamá. A loja fica na praça D. Pedro IV, 69, 72-73. Encerra ao domingo.
A fabricar escovas desde 1927
Bem no centro histórico do porto, a Escovaria de Belomonte funciona desde 1927. Este é o único local em Portugal onde ainda se fazem escovas à mão.
No estabelecimento, localizado na rua que lhe dá o nome, há peças únicas criadas a partir de crinas e rabos de cavalo, pelo de cabra e de javali e até cerda de porco. Por ali há escovas para todos os gostos: para lavar queijos, cogumelos, fruta ou até para dar brilho ao ouro, aos sapatos ou à roupa. Há ainda escovas industriais.
O espaço fabrica escovas à maneira tradicional: à mão ou com agulhas que cosem com linha, pequenos aglomerados de pelo a serem cravados na madeira ou metal.
Aberta desde 1925
Esta é uma drogaria que vende artigos a retalho, rodeados de produtos vintage O fabrico de chaves é um conceito que não pretende deixar.
Um local onde já se procurou de quase tudo, até chupetas. Um negócio de família, e por isso mesmo quem nos abriu a porta foi o filho da gerente, de 11 anos, que cresceu naquele que foi o negócio do avô.
Na mesma família
Situa-se na localidade de Pereira, Miranda do Corvo, no distrito de Coimbra, conservando muito do que era o negócio de mercearia - que há dezenas de anos vendia um pouco de tudo.
Quem ali chega encontra brinquedos e marcas portuguesas antigas. E não falta uma taberna "de outros tempos". No local são também realizadas várias tertúlias.
Antiga leitaria
Fundada em 1907 por José Domingos Diogo, A Camponeza, na rua dos Sapateiros 155, Lisboa, décadas depois tornou-se num café, mais tarde um restaurante. Em 2011 foi remodelada mas manteve a decoração de inspiração Arte Nova.
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