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Manuel Serrão e Júlio Magalhães alvos de buscas. PJ investiga desvio de mais de 50 milhões de euros no PRR

Em causa estão crimes de fraude na obtenção de subsídios da União Europeia, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

19 de março de 2024 às 09:49
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Manuel Serrão e Júlio Magalhães alvo de buscas. PJ investiga desvio de mais de 50 milhões de euros no PRR

A Polícia Judiciária realizou, esta terça-feira, 78 buscas - 31 buscas domiciliárias e 47 não domiciliárias - na área metropolitana do Porto e na área metropolitana de Lisboa, no âmbito de uma investigação relacionada com o desvio de mais de 50 milhões de euros no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

O CM sabe que entre os alvos da "Operação Maestro" estão o jornalista Júlio Magalhães, da TVI, e Manuel Serrão, empresário, também comentador da CMTV, a par de Nuno Mangas, presidente do programa de fundos europeus Compete 2020.

O presidente do programa de fundos europeus Compete 2020 é um dos suspeitos nesta investigação em que estão em causa crimes de fraude na obtenção de subsídios da União Europeia, fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e abuso de poder. Segundo comunicado da PJ, os crimes lesaram os interesses financeiros da União Europeia e do Estado português, "quer em sede de financiamento através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), quer através da subtração aos impostos devidos".

Nuno Mangas não está a acompanhar as buscas, sabe o CM. Quando os inspetores chegaram ao edifício no Parque das Nações, em Lisboa, por volta das 9h, os escritórios estavam vazios, sem nenhum funcionário.

A investigação centra-se num esquema relacionado com a indústria têxtil que terá rendido aos visados, de forma ilícita, cerca de 50 milhões de euros através de candidaturas a fundos com despesas fictícias e inflacionadas.

A Manuel Serrão, em concreto, é atribuída a criação de empresas fictícias para falsificar e inflacionar despesas de milhões de euros na realização de eventos.

Em comunicado a PJ detalha o "modus operandi", sublinhando que "assenta na criação de estruturas empresariais complexas, visando a montagem de justificações contratuais, referentes a prestações de serviços e fornecimentos de bens para captação fraudulenta de fundos comunitários no âmbito de, pelo menos, 14 operações aprovadas, na sua maioria, no quadro do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (POCI)". Os projetos foram executados entre 2015 e 2023.

O processo começou no Departamento e Investigação e Ação Penal do Porto mas foi transferido para o DCIAP, em Lisboa.

Segundo a PJ, há ainda suspeitas do "comprometimento de funcionários de organismos públicos, com violação dos respetivos deveres funcionais e de reserva, na agilização e conformação dos procedimentos relacionados com as candidaturas, pedidos de pagamento e a atividade de gestão de projetos cofinanciados".

O CM tentou contactar Manuel Serrão, sem sucesso.

A operação envolveu 250 inspetores da PJ, 32 peritos da Unidade de Perícia Tecnológica e Informática e 24 peritos da Unidade de Perícia Financeira e Contabilística, além da colaboração de várias unidades nacionais dos Departamentos de Investigação Criminal, magistrados judiciais, magistrados do Ministério Público e especialistas da PGR.

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