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Ministério Público quer "amordaçar um líder político"

Afirmação do advogado de Lula da Silva.

11 de março de 2016 às 00:27

O advogado de defesa do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou esta sexta-feira que os procuradores do Estado de São Paulo que pediram a prisão preventiva do seu constituinte pretendem "amordaçar um líder político".

"Buscou-se, de facto, amordaçar um líder político, impedir a manifestação do seu pensamento e até mesmo o exercício de seus direitos", disse Cristiano Zanin Martins, responsável pela defesa de Lula, numa nota enviada à Lusa em São Paulo.

Na quinta-feira à tarde, três procuradores do Ministério Público de São Paulo anunciaram ter pedido a prisão preventiva de Lula numa denúncia que apresentaram sobre crimes relacionados com a posse de um apartamento tríplex no Guarujá, no litoral daquele Estado brasileiro.

Em conferência de imprensa, o procurador Cássio Conserino disse que o Ministério Público estadual reuniu uma "gama de provas testemunhais e documentais" que provam que o imóvel estava reservado para o ex-Presidente.

Lula acusado de crimes de lavagem de dinheiro

Lula foi acusado pelos promotores de ter praticado os crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, porque ele supostamente ocultou a propriedade do triplex.

Para o advogado de defesa do ex-Presidente, o pedido foi fundamentado em alegações que revelam uma tentativa de banalização do instituto da prisão preventiva, uma vez que Lula jamais se colocou contra as investigações.

"Os promotores (procuradores) não dispõem de um facto concreto para justificar as imputações criminais feitas ao ex-Presidente e aos seus familiares. Não caminharam um passo além da hipótese. Basearam a acusação de ocultação de património em declarações opinativas", sustentou.

Esta não é a primeira suspeita de crime que relaciona a propriedade do apartamento de luxo no litoral paulista com Lula. O imóvel também está a ser investigado no âmbito da Operação Lava Jato, que apura denúncias de corrupção na petrolífera brasileira Petrobras.

No passado dia 4, o Ministério Público Federal publicou um comunicado afirmando que há evidências de que o ex-Presidente recebeu, em 2014, pelo menos um milhão de reais (247 mil euros) sem aparente justificação económica lícita da construtora OAS, através de obras no apartamento de Guarujá.

"Há evidências de que o ex-Presidente Lula recebeu valores oriundos do esquema Petrobras por meio da destinação e reforma de um apartamento triplex", destacaram os representantes da justiça federal na ocasião.

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