Na lista estão países asiáticos, da América Latina e do Médio Oriente.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e o Programa Alimentar Mundial (PAM) identificaram 27 países, entre os quais Moçambique, a caminho daquela que pode ser a pior crise alimentar das últimas gerações.
"A nova análise da FAO e da PAM identifica 27 países que estão na linha da frente da previsível crise alimentar motivada pela pandemia de covid-19, já que os efeitos agravam as potencialidades anteriormente existentes de fome", lê-se na análise divulgada pelas organizações.
Os dados mostram que "estes 27 países estão em risco, ou nalguns casos já estão a ver uma significativa deterioração da segurança alimentar, incluindo o aumento do número de pessoas empurradas para a situação de fome extrema", alerta o relatório.
Na lista, para além de Moçambique, estão países asiáticos, da América Latina e do Médio Oriente, num total de 15 dos 27, numa lista que é completada por 12 países africanos, a maioria dos quais na África Subsaariana.
Estes países já estavam a liderar com altos níveis de insegurança alimentar e fome extrema mesmo antes da pandemia de covid-19, devido a choques anteriores, como crises económicas, instabilidade e insegurança, eventos climatéricos e pestes herbívoras e doenças de animais, disse o diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, citado no relatório.
"Agora estão na linha da frente e a sofrer na pele os efeitos disruptivos da covid-19 nos sistemas alimentares, que estão a propiciar uma crise alimentar dentro de uma crise de saúde; não podemos pensar neste risco como algo que vai acontecer lá mais para a frente, não podemos tratar isto como um problema futuro, temos de fazer mais para salvaguardar quer os sistemas de saúde, quer as populações mais vulneráveis, e temos de fazer isso agora mesmo", alertou.
A África Austral teve apenas uma época de chuvas normal nos últimos cinco anos e enfrentou no último ano a pior época de insegurança alimentar dos últimos dez anos, aponta-se no relatório, que salienta que "a situação é agravada pela pobreza generalizada, má nutrição crónica e choques macroeconómicos em países como Angola, Zâmbia e Zimbabué, e a insegurança no norte de Moçambique".
A pandemia de covid-19 deixa os países da África Austral, onde estão Angola e Moçambique, mais vulneráveis devido às fracas condições económicas e à pouca capacidade de resposta dos sistemas de saúde, acrescenta-se no relatório divulgado em Roma.
Sobre Moçambique, a FAO e o PAM escrevem que "o país, que recebeu múltiplos choques que causaram uma situação de insegurança alimentar aguda, é extremamente vulnerável aos impactos da covid-19, considerando a sua dependência da importação de alimentos, que estão agora expostos a flutuações de preços, e das exportações de matérias-primas, que devem descer e resultar num abrandamento das receitas governamentais e preços mais altos dos alimentos".
Para além disto, concluem, "a insegurança em Cabo Delgado, a província mais afetada pela covid-19, está a deteriorar-se rapidamente com as capacidades e estratégia dos insurgentes a evoluir rapidamente, o que sugere que o número de 200 mil deslocados possa aumentar e que o acesso a alimentos possa piorar nos próximos meses".
África registou, nas últimas 24 horas, mais 355 mortes, totalizando 14.399 vítimas mortais devido à covid-19, em mais de 664 mil casos, segundo os dados mais recentes sobre a pandemia no continente.
De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número de infetados na sexta-feira subiu para 664.051, mais 19.846 que na quinta-feira, sendo o número de recuperados de 345.321, mais 10.774.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 590 mil mortos e infetou mais de 13,83 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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