A edição de hoje
A farmacêutica suíça Roche anunciou esta quarta-feira ter doado à Organização Mundial de Saúde, agência da ONU, quantidade suficiente do seu medicamento Tamiflu para proteger 3 milhões de pessoas da chamada gripe das aves.
O medo da gripe das aves, mais propriamente do vírus H5N1, tem aumentado nas últimas semanas na Europa, devido ao avanço do vírus da Ásia através da Rússia e Cazaquistão. Tendo começado este mês a época das migrações de aves naquelas regiões do Oriente europeu, a probabilidade de o vírus chegar á Europa Ocidental é elevada.
De acordo com um comunicado emitido pela Roche, a OMS considera este donativo essencial para fortalecer a primeira linha de combate à expansão do H5N1, vírus cujo hospedeiro são as aves mas que adquiriu a capacidade de passar para os humanos e matou meia centena de asiáticos nos últimos dois anos. As autoridades sanitárias temem que a propagação do vírus o faça adquirir maior capacidade de contágio de humanos, provocando uma pandemia semelhante à ‘Gripe Espanhola’ de 1918, que matou 40 milhões de pessoas.
Diversas farmacêuticas estão a desenvolver estudos no sentido de sintetizar uma vacina contra o H5N1, mas até que apareça essa fórmula preventiva, a única opção é a cura por medicamentos antivirais, como o Tamiflu. A Roche – que desde 2004 duplicou a produção anual deste medicamento – armazenou 3 milhões de embalagens de Tamiflu, cada uma com dez comprimidos, e colocou-as à disposição da OMS, que ficará responsável pela distribuição para os países que entenda serem os mais necessitados.
A Roche já recebeu encomendas directas de cerca de 30 países, incluindo Reino Unido, França e Alemanha, para quantidades suficientes para proteger entre 20 a 40 por cento de cada população nacional. O Tamiflu consta na lista de medicamentos a armazenar em Portugal, no âmbito do plano de contingência já accionado.
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