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Suspeito de Nova Iorque poderia ter armas de destruição massiva

Atacante comprou material para fabricar bombas no eBay.

21 de setembro de 2016 às 02:56

O suspeito dos atentados em Nova Iorque e Nova Jérsia, Ahmad Khan Rahami, foi acusado na terça-feira de utilização de armas de destruição massiva, segundo um documento divulgado pelo procurador do distrito sul do Estado de Nova Iorque.

O homem, de 28 anos, foi também acusado de ataque à bomba em local público, destruição de bens privados e utilização de um engenho de destruição para cometer um crime violento.

Rahami foi detido na manhã de segunda-feira após um tiroteio na cidade de Linden, Nova Jersey, em que disparou contra um polícia, levando o Ministério Público do condado de Union a apresentar as primeiras acusações por tentativa de assassínio.

Nascido no Afeganistão em 1988, Rahami é suspeito de ter colocado um artefacto cuja explosão, no sábado, no bairro nova-iorquino de Chelsea, deixou 29 pessoas feridas. O jovem é ainda tido como responsável por outra bomba que não chegou a explodir em Manhattan.

A polícia também descobriu perto da estação de comboios de Elizabeth (Nova Jersey) uma mochila com cinco bombas de fabrico artesanal.

Na acusação, a Procuradoria especificou que Rahami comprou os produtos utilizados nas suas bombas de fabrico caseiro através do eBay, e revelou alguns manuscritos de um diário que o suspeito tinha consigo quando foi detido.

"Inshallah [Deus queira], o ruído das bombas vai ouvir-se nas ruas. Disparos contra a vossa polícia. Morte à vossa OPRESSÃO", escreveu Rahami no diário, onde chama "irmão" ao falecido líder da Al-Qaida, Osama Bin Landen, e elogia o também desaparecido líder da Al-Qaida no Iémen, Anwar al-Awlaki, e Nidal Hasan, que assassinou 13 pessoas na base militar e Fort Hood, Texas, em 2009.

Algumas anotações ficaram "ilegíveis" já que o diário ficou danificado no tiroteio.

As autoridades encontraram também um vídeo no telemóvel de um familiar, mostrando Rahami a acender um dispositivo incendiário dois dias antes dos atentados, segundo os documentos judiciais.

As acusações surgem depois de o FBI ter admitido que investigou Rahami por terrorismo em 2014, após uma queixa do seu pai, mas não encontrou, na altura, ligações, apesar dos atos de violência.

Mohammad Rahami, imigrante do Afeganistão, que trouxe os seus filhos para os Estados Unidos, alertou o FBI em 2014 de que o seu filho era perigoso e um terrorista.

"Está a fazer coisas más, esfaqueou o meu filho, bateu na minha mulher", disse aos jornalistas.

Em agosto de 2014, Rahami foi acusado de ofensa grave à integridade física e posse ilegal de faca. Terá passado três meses na prisão mas nunca foi julgado.

"O FBI conduziu verificações de bases de dados internas, fez análises interagências, múltiplas entrevistas, nada revelou ligações a terrorismo", disse o FBI num comunicado.

Rahami, que foi operado depois de ser baleado pelos agentes, está em "estado crítico mas estável", segundo a polícia.

Não é claro como e porquê Rahami se radicalizou e se estava a agir sozinho.

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