Nascido no Afeganistão, família tem historial de problemas com autoridades.
O homem mais procurado da América após as explosões de Nova Iorque foi apanhado por ter sido confundido com um sem-abrigo. Horas depois da explosão das bombas em Manhattan, Ahmad Khan Rahami foi visto pelo dono de um bar de Nova Jérsia a dormir à porta do estabelecimento, na manhã desta segunda-feira. O dono chamou a polícia para que o homem fosse retirado e foi o agente que respondeu à chamada que o reconheceu como um terrorista procurado, conta o New York Times
Ahmad reagiu. O tiroteio que se seguiu deixou dois polícias feridos e o próprio terrorista foi baleado.
Nascido em 1988, no Afeganistão, partiu com a família ainda jovem para os EUA. Há cerca de uma década, a família abriu o restaurante First American Fried Chicken, na cidade de Elisabeth, Nova Jérsia. Tanto Ahmad como vários dos seus irmãos trabalharam no restaurante. Ao todo serão oito irmãos, que cresceram num apartamento por cima do restaurante.
Enquanto estudava, Ahmad era descritos pelos amigos como uma pessoa bem-disposta, humilde e trabalhadora. Tinha a alcunha de 'Mad' (maluco), não por ter um feitio difícil, mas por ser uma abreviatura do seu nome. Não lhe era conhecida uma especial fé no Islão, embora a família, sobretudo o pai, fosse muito religiosa, conta o jornal New York Times
O certo é que, quando foi capturado pela polícia, em Nova Jérsia, Ahmad teria consigo um caderno de apontamentos, onde os investigadores encontraram frases de apoio às causas jihadistas.
A família ganhou má fama na zona, por se ter envolvido ao longo dos anos em várias querelas com os vizinhos, a polícia e membros do município. Isto porque o restaurante estava aberto 24 horas por dia, gerando muitas queixas dos vizinhos. Um dos irmãos de Ahmad envolveu-se numa briga com polícias que vinham fechar o estabelecimento e acabou por ser preso. Acabou por voltar para o Afeganistão.
Ahmad, que é cidadão americano, não teria cadastro. Sabe-se agora que, em 2014, foi detido por alegadamente ter esfaqueado um primo numa disputa familiar, mas acabou por não ser julgado.
O feudo da família contra o município de Elisabeth ainda dura. O pai de Ahmad processou as autoridades locais, queixando-se de discriminação e desrespeito pelos seus valores étnicos e religiosos.
Ahmad foi pai de uma criança, nascida da relação com uma antiga colega de escola. O pai não terá visto com bom olhos essa relação fora do casamento.
Ahmad fez várias viagens ao Médio Oriente que o terão mudado. Em 2005 esteve no Paquistão e em 2011 no seu país natal, o Afeganistão. Em 2013 voltou ao Paquistão e acredita-se que terá casado por lá. Voltou à América em 2014. Vizinhos e amigos contam que o jovem deixou de usar roupas ocidentais e passou a vestir-se com vestes mais usuais entre os muçulmanos. Tornou-se mais sisudo e era visto a rezar. "Parecia uma outra pessoa", contou um amigo ao jornal americano.
Ahmad teve um filho com a sua mulher, que nasceu no Paquistão. A mulher conseguiu um visto para ir para a América e juntar-se ao marido. Os media americanos revelam esta terça-feira que ela terá saído dos EUA poucos dias antes dos ataques do passado fim-de-semana.
Terrorista solitário
As autoridades dizem, para já, que Ahmad terá atuado sozinho, até porque nenhum grupo reivindicou a autoria do atentado que fez 29 feridos em Manhattan. O suspeito foi filmado por câmaras de vigilância junto ao local onde as bombas explodiram.
Ainda está por apurar se o homem de 28 anos tem alguma coisa a ver com a bomba que explodiu em Nova Jérsia no sábado.
Alerta geral nos telemóveis
A detenção de Ahmad Khan Rahami marca uma nova era nas telecomunicações dos EUA. Pela primeira vez o sistema Wireless Emergency Alerts – criado para disseminar por telemóveis e outros equipamentos eletrónicos alertas de emergência nacional - foi usado para divulgar a imagem de um suspeito procurado. A fotografia de Ahmad o apareceu pelas oito manhã desta segunda-feira em milhões de telemóveis que estavam ligados na zona de Nova Iorque.
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