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Tribunal adia julgamento de suspeitos de abuso sexual de crianças

Arguidos de falsa seita religiosa "revelavam um total desrespeito pelas crianças".

15 de novembro de 2016 às 19:47

O julgamento dos oito arguidos suspeitos de abuso sexual de crianças numa quinta de Brejos do Assa, Palmela, foi esta terça-feira adiado para 10 de janeiro de 2017 porque uma das arguidas renunciou ao advogado, informou o Tribunal de Setúbal.

A primeira sessão do julgamento estava marcada para hoje, mas, segundo um funcionário do tribunal, foi adiada devido à "renúncia de uma das arguidas, e do direito que tem de constituição de mandatário, e por questões relacionadas com um pedido de proteção jurídica".

Segundo a acusação, o líder do grupo e principal arguido no processo, que se fazia passar por psicólogo e que se intitulava como mestre da falsa seita religiosa "Verdade Celestial" - que não passava, afinal, de uma estratégia de manipulação e encobrimento dos abusos sexuais de crianças - responde por dezenas de crimes de violação, lenocínio e pornografia de menores, entre outros.

Os arguidos "revelavam um total desrespeito pelas crianças" que frequentavam a quinta, para terem explicações ou participarem em atividades organizadas pelo líder do grupo, que as convencia de que as sevícias sexuais eram "atos purificadores".

Apesar de os crimes terem ocorrido numa zona rodeada por outras habitações, os residentes nos Brejos do Assa, no concelho de Palmela, distrito de Setúbal, nunca se terão apercebido do que realmente se passava na quinta, uma vez que as vedações altas ajudavam a esconder o que se passava no interior daquele espaço.

O caso só chegou ao conhecimento da Polícia Judiciária (PJ) de Setúbal devido a uma denúncia de uma pessoa que terá sido maltratada pelo líder da alegada seita religiosa quando manifestou intenção de abandonar o local.

Poucos dias depois, em junho de 2015, a PJ efetuou uma operação policial que culminou com a detenção de oito pessoas - cinco homens e três mulheres. Na mesma operação, a polícia apreendeu computadores, colchões, vídeos e fotografias que constituem elementos de prova dos crimes praticados.

Segundo o Tribunal de Setúbal, cinco arguidos no âmbito do processo, e não quatro como foi noticiado anteriormente, aguardam a realização do julgamento em prisão preventiva.

A primeira sessão do julgamento está agora marcada para as 09:30 do dia 10 de janeiro, a que se seguirão outras duas sessões também já marcadas para os dias 12 e 13 de janeiro de 2017.

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