'Sonhar com Leões' chega amanhã às salas de cinema
O novo filme do luso-grego Paolo marinou-Blanco aborda um tema sensível com uma arma poderosa: o riso
Assinado pelo realizador luso-grego Paolo Marinou-Blanco, ‘Sonhar com Leões’, é uma tragicomédia absurda sobre eutanásia e suicídio assistido e chega amanhã às salas de cinema nacionais depois de uma presença auspiciosa no Marché du Film em Cannes 2024 e uma nomeação de peso: para a competição oficial (na categoria de melhor longa-metragem de ficção ibero-americana) do Festival Internacional de Cinema de Guadalajara, no México.
Ao CM, Paolo Marinou-Blanco a razão de abordar um tema tão delicado e fraturante num registo cómico. “A comédia é sempre um ato de coragem, de resistência e que acompanha sempre de perto a tragédia. Mark Twain dizia que ‘A raça humana só tem uma arma verdadeiramente eficaz: o riso’ e eu concordo plenamente, porque é o riso que nos liberta e que nos dá forças para enfrentar a tragédia”, disse o cineasta, revelando que a morte do pai foi também um dos pontos de partida para este filme.
Mas não só: “Ao explorar a morte, e as motivações por detrás da eutanásia ou suicídio assistido, estamos também a explorar o seu oposto: a própria vida e o que nos prende a ela, o que nos inspira a viver, e se vemos a vida como uma obrigação ou uma escolha”.
Mais difícil foi encontrar o timbre certo para tão periclitante encontro: “traçar o caminho delicado, no fio da navalha, entre a tragédia e a comédia foi sempre um desafio. Uma busca constante pelo tom e equilíbrio certo. Procurei sempre ser o mais cuidadoso e objetivo possível, dada a seriedade e natureza dolorosa deste tema”.
A história desta coprodução portuguesa, espanhola e brasileira começa quando Gilda (Denise Fraga), brasileira a morar em Lisboa, conhece Amadeu (João Nunes Monteiro), funcionário de uma agência funerária. Ambos enfrentam doenças terminais, que os levam a embarcar numa aventura improvável com muitas peripécias à mistura e um acaso inesperado: o amor.
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