Vinte anos depois de ter terminado por falta de verbas, o Festival de Música dos Capuchos (fundado em 1981) está de regresso, "satisfazendo assim a vontade de muita gente, desde a Câmara Municipal de Almada até ao público", garante Filipe Pinto-Ribeiro, o diretor artístico do evento. "Este festival que decorreu nos anos 80 e 90 deixou muita saudade na memória coletiva e ainda é algo muito presente", adianta.
O evento que esta sexta-feira tem o seu concerto de abertura e que decorre no Convento dos Capuchos, em Almada, até ao dia 3 de julho, conta com "um cartaz de excelência no que toca à música clássica", assegura Filipe Pinto-Ribeiro. A ideia, refere, "é não só fazê-lo voltar ao mapa nacional mas colocá-lo entre os grandes eventos da Europa".
Da vasta programação, o diretor artístico destaca a presença de Alfred Brendel, de 90 anos, "o último monstro sagrado do piano e porventura o maior músico vivo", que, apesar de já estar afastado dos palcos, vem até nós na companhia do filho Adrien Brendel, declamar a sua poesia. Destaque também para o alaudista americano Hopkinson Smith, que regressa ao Festival . Os bilhetes para os espetáculos variam entre os 4 e os 45 € (passe mais caro).
PORMENORESRecordar PiazzollaMomento alto do programa é o centenário de Astor Piazzolla (dia 18) com um concerto em quinteto liderado por Marcelo Nisinman, apontado como o seu verdadeiro discípulo.
Estreia em PortugalNo dia 2 de julho estreia-se em Portugal a Orquestra de Câmara de S.Petersburgo, uma das mais ilustres da Rússia.
Conversas literáriasA edição deste ano do festival promove a ligação da música com a literatura através de um ciclo de conversas moderado por Carlos Vaz Marques.