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'Avatar’ triunfa em Globos de Ouro dispersos

O filme de ficção científica ‘Avatar’ foi o maior triunfador dos Globos de Ouro entregues pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood na noite de domingo (madrugada de segunda-feira em Portugal) apesar de receber apenas dois prémios, tantos quanto ‘Up – Altamente’ e ‘A Serious Man’.

18 de janeiro de 2010 às 08:22

Valeu à saga que já fez mais de mil milhões de dólares nas bilheteiras que as vitórias ocorreram nas categorias principais: a encerrar a gala realizada num hotel de Los Angeles ‘Avatar’ recebeu o Globo de Ouro de Melhor Filme Dramático - com James Cameron a descrever como “melhor trabalho do Mundo” a missão de fazer “entretenimento para um público global” -, somando-se ao prémio de Melhor Realizador conquistado minutos antes. Nessa ocasião, o cineasta disse não estar preparado, visto que a sua ex-mulher, Kathryn Bigelow (realizadora de ‘Estado de Guerra’), merecia a distinção.

Entre os outros filmes que receberam dois Globos de Ouro a maior surpresa foi ‘Crazy Heart, pois não só o veterano Jeff Bridges ultrapassou o favorito George Clooney na categoria de Melhor Actor em Filme Dramático – “estão a lixar o meu estatuto de subvalorizado”, acusou quem interpreta um cantor de música country - como o compositor T-Bone Burnett suplantou concorrentes de peso para Melhor Canção Original, caso de Paul McCartney e dos U2, graças ao tema ‘The Weary Kind’.

Mais normal foi a recepção de ‘Up – Altamente’. Pete Docter recebeu o Globo de Ouro de Melhor Filme de Animação depois de ouvir o ex-Beatle apresentar a categoria dizendo que “os filmes animados não são só para crianças mas também para adultos que consomem drogas”. Mais tarde seria Michael Giacchino a vencer o prémio de Melhor Banda Sonora, festejado com elogios à Pixar.

Ficando o êxito-surpresa do Verão ‘A Ressaca’ como Melhor Comédia ou Musical, o Globo de Ouro de Melhor Actor em Comédia ou Musical coube a Robert Downey Jr., por ‘Sherlock Holmes’ – a derrota de Daniel Day-Lewis pôs ‘Nove’ entre os perdedores da cerimónia, juntamente com ‘Estado de Guerra’ e ‘Invictus’ -, enquanto nas actrizes Meryl Streep e Sandra Bullock não repetiram o beijo que deram ao serem premiadas ex aequo nos Critics Choice Awards: a primeira venceu nas comédias, graças a ‘Julie e Julia’ enquanto a segunda triunfou nos dramas, com ‘The Blind Side’.

Entre os actores secundários, cumpriu-se o previsto nos homens e o austríaco Christoph Waltz viu reconhecido o seu coronel Hans Landa, caçador de judeus poliglota e oportunista em ‘Sacanas sem Lei’. Entre as mulheres foi premiada Mo’nique por fazer de mãe de uma adolescente vítima de incesto e com excesso de peso no filme ‘Precious’.

Momento alto da cerimónia foi a atribuição do prémio Cecil B. DeMille a Martin Scorsese, sob o olhar de Leonardo DiCaprio e de Robert De Niro. “Passámos a vida um com o outro, só não dormimos juntos. Os tempos estão diferentes e De Mille ficaria satisfeito por receber um prémio Martin Scorsese”, garantiu o mais velho. Já o primeiro disse que as gerações seguintes irão ver o criador de ‘Taxi Driver’, ‘Touro Enraivecido’ e ‘Tudo Bons Rapazes’ como “um sinónimo de excelência no cinema”. De seguida o nova-iorquino teve direito à segunda ovação de pé nos Globos de Ouro de 2010.

A primeira fora dada à diva italiana Sophia Loren, que anunciou a longa-metragem germânica ‘O Laço Branco’, de Michael Haneke, como vencedor do Globo de Ouro de Melhor Filme em Língua Estrangeira. Já o Globo de Ouro de Melhor Argumento foi uma espécie de prémio de consolação a Jason Reitman e Sheldon Turner, que adaptaram o livro ‘Nas Nuvens’ para o cinema.

Há que esperar até 2 de Fevereiro para apurar até que ponto as ocorrências da cerimónia apresentada pelo humorista britânico Ricky Gervais terá reflexos na lista de nomeações dos Óscares, cujo anúncio decorrerá a 7 de Março, também em Los Angeles.

‘Dexter’ adianta-se na televisão

Nos Globos de Ouro atribuídos pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood a séries de televisão destacou-se a mais recente temporada de ‘Dexter’. Apesar de perder o título de Melhor Série Dramática para ‘Mad Men’ (recém-estreada na Fox Life, ‘Glee’ foi a Melhor Série de Comédia ou Musical), as aventuras do especialista em sangue da polícia de Miami que mata criminosos obtiveram dois dois galardões mais importantes.

O protagonista da série, Michael C. Hall, obteve a sua primeira vitória nos Globos de Ouro e subiu ao palco sorridente apesar de ter na cabeça um lenço a cobrir os efeitos dos tratamentos oncológicos para combater um cancro do sistema linfático. Antes já tinha visto John Lithgow, seu novo antagonista enquanto um serial killer que tenta ser bom pai de família, a receber o prémio de Melhor Actor Secundário.

Ausente da cerimónia, Alec Baldwin só mais tarde terá dado conta da vitória no Globo de Ouro de Actor de Comédia, ao contrário da homóloga Toni Colette, que faz de mãe de família com múltipla personalidade em ‘As Taras de Tara’, muito feliz ao subir ao palco. Na categoria de drama, ao fim de seis nomeações, chegou a vez de Julianna Margulies, figura das primeiras temporadas de ‘E.R.’, ser galardoada por ‘The Good Wife’. A Melhor Actriz Secundária foi Chloe Sevigny, uma das esposas de um mórmon polígamo em ‘Big Love’.

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