Manel Cruz regressa hoje, às 21h30, a Lisboa. É na Aula Magna que irá mostrar um dos melhores projectos de 2009. E promete dar o máximo.
CM – O concerto de Lisboa é o primeiro da digressão. O que vai ser diferente tendo em conta que tocou no S. Jorge há menos de um ano?
Manuel Cruz – Nessa altura foi só uma primeira abordagem ao disco e agora a intenção é cobri-lo todo. Vamos tentar tocar tudo, sentimo-nos à vontade para isso, a banda é nova, muito criativa, desdobram-se em vários papéis e vai com certeza haver espaço para improvisos. É um novo desafio e espero que haja momentos de inspiração até porque é um processo muito trabalhoso levar este projecto para o palco.
CM – Porquê a insistência em auditórios em vez de arriscar espaços maiores?
M.C. – Este é um disco que ganha com a intimidade, mesmo nos temas mais rock. Tocar em salas pequenas é outra coisa, a relação com o público, a energia que se recebe em cima do palco é muito mais intensa.
CM –Foge Foge Bandido é uma edição de autor. Porquê a aposta neste formato?
M.C. – É um modo de fazer as coisas que me agrada bastante, é tudo uma questão de escala. Poderia até tirar maiores proveitos, mas estou muito satisfeito assim. Gosto de ter uma estrutura mais leve, paguei o disco todo, mas deste modo acabo por ter maior retorno. De vez em quando ainda recebo uns dez euros do ‘Monstro’ (‘O Monstro Precisa de Amigos’, disco com os Ornatos Violeta) e com este projecto não vendi nem dez ou 15 mil discos e o retorno foi maior, apesar das duas edições terem vendido para aí uns 2500 discos.
CM – Há uma maior liberdade criativa desse modo?
M.C. – Sim e não, isto é, quando estava na editora com os Ornatos, ninguém nos proibiu de fazer o que quer que fosse, mas houve um tema, por exemplo, o ‘Quero Mijar’, que tivemos de fazer duas versões. Há sempre algumas condicionantes e assim está-se melhor.
CM – Foge Foge Bandido ‘fugiu’ à promoção nas lojas Fnac. Porquê?
M.C. – Foi uma opção. Não me encantava mais o espírito e como cliente tive uma experiência em que fui mal tratado, humilhado mesmo. Estava a trabalhar precisamente para este disco e fiquei sem computador e primeiro que o reparassem foi uma complicação. Depois começou-me a chatear aquela coisa do ‘agora que tens um disco novo vais às Fnac’... e eu não vou. É chato para algumas pessoas que não encontram o disco tão facilmente, se calhar até vendi menos, mas estou super contente. Quero é tocar ao vivo.
CM – Foge Foge Bandido foi eleito um dos melhores discos nacionais de 2009. Como lidou com isso?
M.C. – Foi óptimo, o reconhecimento foi o melhor disto tudo, isto é, as coisas ganharam um lugar por si mesmo. E não foi nenhum sacrifício, pelo contrário, foi um prazer imenso e espero que isso passe para as pessoas.
CM - Há alguma razão para o projecto levar este nome?
M.C. – Foi uma brincadeira do meu pai, ele é que costumava chamar-me ‘bandido’ e num Natal enviou-me um postal, feito por ele, com uma fotografia minha depois de um concerto, todo esgotado, e escreveu ‘foge foge bandido’. E eu pensei, é isso mesmo, e adoptei a frase para o projecto.
CM – E Foge Foge Bandido é para levar por diante, ou está esgotado?
M.C. – Não sei, a personagem não é o mais importante. Foge Foge Bandido é um fetiche, o mais importante para mim é a música. Não sei, eu imagino o futuro muito diferente, um novo desafio que poderá ter outro nome.
CM – O programa ‘Ídolos’ recuperou um tema dos Ornatos Violeta (‘Ouvi Dizer’). É possível uma reunião?
M.C. – Para mim é um capítulo encerrado, talvez possamos dar outro nome, não sei, mas seria como um filho de nós mesmos. Talvez para um concerto, em jeito de celebração...se houver muita vontade das pessoas admito que sim, mas teremos de ser nós a fazê-lo, não pode ser só pegar nas canções e voltar a tocar. Temos de ter a consciência de que houve coisas que mudaram. É possível uma reunião, mas não pode ser algo que nos faça ter vergonha. Tocar com eles é maravilhoso e mantemos uma amizade forte, a música que fizemos não vai desaparecer.
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