A cantautora lança ‘Quarto Crescente’.
Há dois anos, a propósito do disco ‘Casulo’, dizia que tinha feito um trabalho mais fechado, mais íntimo, mais virado para a família. Já voltou a olhar para o exterior?
Este também é um disco íntimo, só que não é um disco fechado. É mais expansivo. Se calhar é de uma intimidade crescente, mas porque eu também cresci. Há aqui, se calhar, um olhar de dentro para fora.
E o que vai vendo de dentro para fora vai causando insatisfação?
Sim, muitas coisas sim. Sei proteger-me disso, mas são coisas que me perturbam muito. E isso vê-se em algumas canções. Mas acho que temos que tentar ultrapassar e vencer esta insatisfação que advém de algumas situações na vida e de situações no País. E as canções falam um pouco nisso, de termos que arranjar uma maneira de superar.
Mas diz-se que a insatisfação dá jeito a quem cria e faz canções!
Eu por acaso não me considero sempre insatisfeita [risos]. Considero é que não há satisfação sem esforço, sem luta e sem procura.
O que é que a incomoda mais a ponto de a levar a escrever?
Há várias coisas. Neste disco há, por exemplo, situações do passado que nunca abordei porque não me sentia num lugar seguro. Há músicas que abordam esse passado e que felizmente já nada têm a ver com o meu presente. Depois há canções como ‘Entre nós’, que é uma das que mais gosto, que faz uma analogia entre o mal-estar das pessoas e o mal- estar do País e do Mundo. Mas mesmo assim tens que te tentar levantar, ficar mais alto e brilhar.
E porquê ‘Quarto Crescente’ e não ‘Lua Cheia’?
[risos] Não é ‘Lua Cheia’ precisamente porque já está cheia. Eu gosto do crescimento, do caminho. O quarto crescente é aquela fase da lua em que se semeiam as coisas para colher mais tarde. Acho que é quando as coisas crescem mais saudáveis.
O quarto crescente pressupõe uma parte da Lua que está escondida. Há coisas de si que não mostra?
Isso naturalmente que sim. E mesmo assim acho que me exponho bastante neste disco. Escrevo muito autobiograficamente e não gosto de mentir. Por isso, definitivamente, uma das minhas características não é ser uma pessoa que esconde coisas.
A sua filha de três anos já tinha sido uma das grandes inspirações em ‘Casulo’. É complicado compor e escrever com uma bebé em casa?
Ela á uma boa amiga e faz-me muita companhia. Mas tem a escola, e eu aproveito essas alturas para escrever. Eu trabalho bastante, mas tenho uma grande disciplina. Quando ela vem da escola, eu tento dedicar-lhe todo o meu tempo, porque é isso que me faz feliz.
Sente que ela a ajuda a compor?
Talvez, porque me inspira muito. Há, inclusive, neste disco uma canção para ela. Há alturas em que a minha vida familiar é um dos grandes alicerces da minha paz e da minha capacidade de criar.
Este disco é produzido pelo brasileiro Dadi Carvalho. Como é que o seu caminho se cruzou com o dele?
O Dadi foi um dos produtores que pensámos para o disco. Eu já conhecia a relação que ele tinha tido com os Tribalistas, com a Marisa Monte, o Jorge Ben e o Caetano, e a mim interessava-me muito uma pessoa desse universo muito pop mas também muito orgânico. E depois, como a Carminho tinha trabalhado com ele, recebi um excelente relato da pessoa que ele é.
E correspondeu?
Sim, é uma pessoa maravilhosa, daquelas com quem dá tudo certo. Acho que foi uma escolha em que acertei. Foi engraçado porque ele não se impôs como produtor. O trabalho dele foi mais subtil do que se calhar o de muitos produtores que gostam de impor a sua marca.
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