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Yôganidrá – A Descontracção do Yôga Antigo

Esta semana, o Professor António Pereira, profissional de SwáSthya há 25 anos, Director da Universidade de Yôga e da Unidade Alameda / Praça de Londres, explica-nos o que é a descontracção no Yôga Antigo: o Yôganidrá, 7º anga da prática ortodoxa de SwáSthya. A partir de Fevereiro deste ano, todos poderemos desfrutar, nas nossas próprias casas, desta vivência: o CD relativo a este anga, da autoria do próprio Professor António Pereira, estará disponível em qualquer Unidade da Rede Mestre DeRose.

20 de fevereiro de 2006 às 00:00

Quando se pensa ou fala em Yôga, geralmente por ignorância, associa-se esta filosofia de vida a relaxamento, calma, tranquilidade ou algo semelhante vindo algures do Oriente.

Porém, se pretendemos saber um pouco mais e aumentar a nossa cultura, primeiro temos de estar dispostos a mudar o nosso paradigma cultural e a abrir a nossa sede de conhecimento a uma nova realidade, de acordo com os factos históricos relativos ao Yôga Antigo.

Para isso, precisamos de saber que o Yôga surgiu na antiga Índia há mais de 5.000 anos, numa pequena aldeia, fruto da inspiração de um virtuoso bailarino que ficou celebrizado com o nome de Shiva e que a partir de determinada altura, o Yôga foi-se ramificando em diversas modalidades ou especializações, com isso foi perdendo as suas características e sendo adulterado ao longo dos séculos na sua proposta original.

O Yôga Antigo, original, pré-clássico, o Yôga de Shiva é naturalista (Sámkhya), matriarcal, sensorial e desrepressor (Tantra) e é associado a conceitos como força, poder e energia, muito diferente da ideia de calma, relaxamento, etc.

Além disso, o Yôga é uma filosofia de vida, uma filosofia prática que nos ensina a viver melhor e mais tempo e com mais qualidade, de modo a podermos alcançar a sua meta, o auto-conhecimento. Assim, aprendemos a respirar melhor, a exercitar o corpo de uma forma inteligente sem nos cansarmos, a concentrar-nos, a colocar melhor a voz, a purificar e limpar o organismo, a descontrair, a alimentar-nos melhor e com mais qualidade, a sermos pessoas mais sensíveis e lúcidas, etc., para que dessa maneira fortaleçamos a nossa estrutura biológica para podermos suportar o acréscimo evolutivo proporcionado pelo samádhi (estado expandido de consciência) ou auto-conhecimento que constitui a meta do Yôga.

Na década de sessenta, do século XX, o Yôga Antigo foi sistematizado pelo Mestre DeRose, adquirindo nessa codificação o nome de SwáSthya – o Yôga Antigo, também conhecido como o Yôga que não é Zen, mas sim uma cultura.

A característica mais importante do SwáSthya Yôga é a sua prática ortodoxa, dividida em oito feixes de técnicas e denominada de ashtánga sádhana (prática em oito partes). O ashtánga sádhana é constituído por: mudrá, gesto reflexológico feito com as mãos; pújá, sintonização com o arquétipo: retribuição de energia; mantra, vocalização de sons e ultra-sons; pránáyáma, expansão da bioenergia através de exercícios respiratórios; kriyá, actividade de purificação das mucosas; ásana, técnica corporal, firme e confortável; yôganidrá, técnica de descontracção e samyama, concentração, meditação e hiperconsciência.

Como verificamos a descontracção, ou relaxamento – o yôganidrá – é somente um oitavo do total da prática.

O yôganidrá é a técnica de descontracção do SwáSthya – o Yôga Antigo, por intermédio da qual se manifestam mais intensamente os resultados produzidos pela prática das restantes técnicas do ashtánga sádhana (prática em oito partes).

Porém, o yôganidrá não é somente uma técnica de relaxamento, mas um conjunto de noções práticas para melhorar a qualidade de vida, em termos de descontracção e administração do stress.

Sendo o Yôga uma filosofia prática de vida, as suas técnicas, ao serem aprendidas, devem ser aplicadas na nossa vida diária em todo o tipo de situações.

Através da prática e estudo do yôganidrá, a técnica de descontracção do SwáSthya Yôga, aprendemos que para melhorar a nossa capacidade de administração do stress diário temos de ter consciência daquilo que nos gera stress.

Qualquer mudança gera stress ou tensão, que caso seja em excesso produz uma série de consequências que todos nós conhecemos, como irritabilidade, cansaço, insónia, dores musculares, instabilidade emocional, perda ou excesso de apetite, dificuldades sexuais, etc.

Ao estudarmos o Yôga, na perspectiva do yôganidrá, aprendemos que se evitarmos determinadas situações ou as reduzirmos podemos administrar melhor o nosso stress, usando-o como uma ferramenta que nos leve a realizar e produzir mais sem nos esgotarmos ou entrarmos em situações de limite.

O stress mantido num certo nível é saudável, visto permitir-nos superar as nossas capacidades e levar-nos a criar e realizar mais, tornando-nos seres humanos mais satisfeitos, realizados e integrados.

Vários factores podem facilitar ou dificultar a descontracção ou yôganidrá: a temperatura, o som ambiente, o grau de conforto ou desconforto, a iluminação, a falta de exercício ou a prática regular de um exercício moderado, como o Yôga ou caminhada, a alimentação, os relacionamentos afectivos, familiares e as amizades, entre outros aspectos vão determinar a qualidade da sua descontracção e a facilidade em obtê-la.

O frio contrai e o calor excessivo amolece sendo obstáculos ao yôganidrá; o som da Natureza, uma música ambiente agradável sem grandes oscilações sonoras, uma voz pausada, profunda, bem colocada e com boa dicção, geralmente facilitam a descontracção, assim como se estamos confortáveis. O excesso de luz dificulta a descontracção, enquanto a luminosidade reduzida (a luz azul relaxa) facilita.

A ausência da prática regular de um exercício moderado, uma alimentação desregrada, irregular e cheia de gorduras, álcool, doces, salgados, etc., as dificuldades de relacionamento afectivo, familiar e social, são grandes obstáculos à descontracção.

Uma das maneiras mais eficazes para enfrentar esses obstáculos é começar a praticar regularmente o SwáSthya ou utilizar algum Cd de técnicas de descontracção, como o Cd Yôganidrá – técnicas de descontracção do SwáSthya Yôga, onde o leigo, o praticante ou o instrutor de Yôga têm informações para rentabilizar a sua prática e quatro exercícios de yôganidrá para executar.

Através da prática e estudo do SwáSthya Yôga vai aprender a melhorar a capacidade de descontracção, a administrar o stress, a aumentar a qualidade de vida e muito mais.

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