Hacker Rui Pinto vai ser interrogado sobre e-mails do Benfica
Responsável do site Football Leaks, detido na Hungria há um mês, deverá ser extraditado para Portugal.
O hacker português detido na Hungria, Rui Pinto, vai poder ser interrogado pelas autoridades devido à divulgação de alegados emails do Benfica. De acordo com a imprensa nacional deste sábado, o suspeito de extorquir o fundo Doyen Sports em 2015 poderá ser extraditado para Portugal e interrogado apenas sobre este caso.
Rui Pinto, que foi detido em Budapeste no dia 16 de janeiro devido a um mandato europeu, está indiciado por crimes de violação de segredos, extorsão qualificada na forma tentada, acesso ilegítimo e ofensa a pessoa coletiva.
O mesmo jornal refere que as autoridades portuguesas já requereram o alargamento do mandado de detenção europeu, permitindo assim à Polícia Judiciária e ao Ministério Público interrogar Rui Pinto sobre as suspeitas que o ligam à violação do sistema informático do Benfica, divulgando correspondência eletrónica.
O hacker natural de Vila Nova de Gaia pode ainda vir a ser confrontado com suspeitas de crimes de "exfiltração de dados" em emails trocados entre governantes – secretários de Estado e ministros – entre os anos de 2016 e 2017.
Na sua primeira entrevista, divulgada pela revista alemã Der Spiegel a 1 de fevereiro, Rui Pinto admitiu que tinha medo de ser preso em Portugal e dirigiu críticas ao sistema judicial português, que considera ter "muitos interesses escondidos".
"Estou nervoso porque sou alvo de ataques, especialmente por fãs do Benfica. Desde o outono passado que tenho recebido ameaças de morte no Facebook. Quando me encontrei com investigadores franceses, eles disseram-me que as deveria levar muito a sério. Tenho medo que, se meter um pé numa prisão portuguesa - especialmente em Lisboa - possa não sair de lá vivo", confessou.
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